Os artigos de vestuário estão entre os produtos mais procurados pelo consumidor para o Mundial de futebol
O clima de torcida pelo hexacampeonato do Brasil na Copa do Mundo, que tem início hoje, começou a refletir positivamente nas vendas do comércio de Fortaleza. A procura por artigos alusivos à Seleção Brasileira ou ao Mundial, que até um mês atrás ainda era considerada tímida, ganhou impulso e já supera as expectativas iniciais de lojistas no Centro da Capital.
Com itens padronizados de verde e amarelo enfeitando as lojas, promoções e incremento do estoque dos produtos, comerciantes estimam que às vendas dos artigos referentes ao evento esportivo cresceram até 60% em apenas uma semana. Cornetas, bonés, canecas e bandeiras são alguns dos produtos que ganharam lugar de destaque nas portas dos comércios.
Para atrair mais consumidores, uma loja especializada somente na venda de acessórios decidiu investir também em artigos referentes ao Mundial. Segundo a gerência da loja, por conta disso às vendas aumentaram entre 50% e 60% em relação a semana anterior. No local, são ofertadas mais de 50 opções de produtos aos torcedores, com preços que variam entre R$ 0,50 (fitinhas verde e amarela) a R$ 150 (bandeiras). "Cerca de 95% dos produtos vendidos nos últimos dias são relativos ao evento. Alguns itens já superaram as estimativas de venda", revela a vendedora Roseane Santos.
Vestuário predomina
O comércio de vestuário é um dos mais favorecidos pela Copa. Os itens mais procurados são as camisas das seleções participantes do torneio. Brasil e Argentina, nesta ordem, estão sendo os líderes na preferência dos consumidores. Além disso, shorts, bolas e bandeirolas também estão estimulando o crescimento nas vendas no Centro.
"Não estávamos tão confiantes por conta dos feriados e das manifestações, mas tivemos um boom nas vendas na última semana. Se os fornecedores disponibilizassem mais itens, tenho certeza que venderíamos tudo", conta Sandra Freitas, assistente de compras da loja C. Rolim.
A videofonista Iva Lima do Nascimento é uma das consumidoras que já entrou no clima da Copa. Ela conta que já comprou adereços, enfeites para casa e camisas para os familiares, mas que ainda busca mais itens. "Todos entramos na torcida e esperamos que o Brasil ganhe para fazer valer a pena", diz.
Torcida puxa resultado
A expectativa com o início das partidas também tem animado o comércio. Com estoque à espera dos consumidores, os lojistas torcem para que a seleção brasileira ganhe em todas os jogos e, com isso, estimule o torcedor a comprar ainda mais. "A procura tende a ser maior se o Brasil se sair bem durante a Copa", conta Carla Fátima Pimenta, subgerente da loja Ponto da moda.
Carla revela ainda que a procura por presentes para o Dia dos Namorados está sendo ofuscada pela Copa. Segundo ela, os clientes estão preferindo comprar camisas alusivas ao Mundial para presentear nesta data. "Estão aproveitando para presentear de forma diferente".
Decoração
Além dos artigos de vestuários e adereços, os consumidores também estão comprando itens para enfeitar estabelecimentos comerciais. A empresária Laís Leite, por exemplo, investiu em camisetas para os funcionários e bandeiras para decorar seu restaurante. "Gastamos em torno de R$ 500, mas vale a pena. O público busca por isso na hora de escolher um local para assistir as partidas", argumenta.
Até 50 itens saem em um só dia, dizem ambulantes
Os vendedores ambulantes de Fortaleza também estão lucrando com a chegada da Copa do Mundo. No Centro da cidade e nas esquinas da Capital, vendedores oferecem bandeiras, chapéus e cornetas a preços que variam entre R$ 5 e R$ 100. Instalado entre as avenidas Raul Barbosa e Murilo Borges, o vendedor Iranildo Oliveira, que trabalha há 15 anos no local, está animado com as vendas dos artigos.
Ele conta que às vendas estão melhorando agora e que em apenas um dia é possível comercializar até 50 artigos alusivos ao Mundial. "Um bandeira grande é vendida a R$ 100, enquanto uma para carro por R$ 5. Estou esperando um excelente faturamento neste mês", conta.
O sentimento animador também é compartilhado por vendedores do Centro da cidade. É o caso de Francisco José dos Santos, que o ano costuma vender produtos escolares, mas que, neste ano, decidiu investir no torneio. Na sua banca é possível encontrar os mais variados produtos que vão desde chapéus a brincos. "Por dia, consigo vender até 600 pulseiras de miçanga a R$ 1. Eu mesmo fabrico e meu lucro é ainda maior", conta.
Infraero minimiza atraso de obras para o Mundial
São Paulo O presidente da Infraero, Gustavo Vale, minimizou os atrasos nas obras de aeroportos em cidades- sede da Copa do Mundo e potenciais problemas operacionais durante o Mundial. "Aquilo que tínhamos previsto para a Copa está pronto. Do ponto de vista operacional, que é o mais importante, acabou o problema das obras, não tem mais o que falar de obras, tem que falar em prestação de serviços", disse a jornalistas, após visitação a Congonhas.
Segundo ele, existiam obras nos aeroportos que tinham escopo para a Copa, mas cuja entrega total dos projetos era depois do Mundial. "Em aeroporto, não existe início e término de obras, está constantemente em obras", justificou. Em Fortaleza e Confins, por exemplo, os canteiros de obras permanecem mesmo a um dia da abertura do Mundial.
No caso do Aeroporto Internacional Pinto Martins, na capital cearense, as obras deverão ser retomadas até o fim do próximo mês de agosto. Infraero acredita que, após a Copa, será possível contratar um novo consórcio para continuar os serviços, paralisados há cerca de quatro meses.
Celeridade
Vale comentou que agora o foco é fazer com que os passageiros passem o mais rápido possível pelos aeroportos e lembrou que foram realizados treinamentos para o recebimento das delegações e passageiros. Além disso, ele comentou que foi realizado um mapeamento de potenciais problemas, com a criação de planos de contingência para que as soluções ocorram rapidamente. "Não teremos nenhum tipo de problema durante a Copa do Mundo", afirmou Vale.
Entraves
Na manhã de ontem, no entanto, passageiros estrangeiros enfrentaram longas filas na imigração no aeroporto de Guarulhos, por conta de problemas no sistema de checagem de passaportes da Polícia Federal. Segundo a Secretaria de Aviação Civil, o problema foi resolvido ainda pela manhã. Vale comentou que a administração do aeroporto está a cargo do operador privado e que a Infraero não tem ingerência sobre essa administração.
Veículo: Diário do Nordeste