Brasileiro planeja mais os gastos

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Entre quem faz planos, apenas 36,5% os seguem
Leonardo Francia


A Pesquisa de Orçamento Doméstico, divulgada ontem pela da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), mostrou que o consumidor belo-horizontino está planejando cada vez mais o orçamento doméstico, embora isso não signifique que ele esteja cumprindo os planos.

Do total dos entrevistados em junho, 70% planejam os gastos, índice acima dos 66,8% apurados em maio. No entanto, entre os consumidores que fazem planos orçamentários, apenas 36,5% os seguem rigidamente. Conforme a pesquisa, 24,6% seguem o planejamento parcialmente e 9,4% não conseguem seguir.

"A mentalidade de planejar os gastos está crescendo, mas se isso acontece ou não é outra história porque o consumidor ainda compra por impulso", afirmou a analista de pesquisas da Fecomércio Minas, Luana Oliveira. A pesquisa mostrou que 25,7% dos entrevistados em junho assumiram que compram por impulso, praticamente o mesmo percentual apurado um mês antes.

Segundo Luana, "uma somatória entre maior conscientização e o temor em relação ao desempenho da economia está fazendo com que o consumidor fique mais cauteloso em relação ao orçamento doméstico, privilegiando as compras de primeira necessidade". Mesmo assim, as promoções ainda seduzem, muitas vezes sendo responsáveis pelas compras por impulso e pelo não-cumprimento dos planos.

A pesquisa da Fecomércio ainda mostrou que, entre os entrevistados, 60% afirmaram que pagam suas contas em dia, mas não sobra nenhum recurso no final do mês, e 37,9% cumprem o orçamento com sobras. Os consumidores que recorreram a algum tipo de financiamento - como cartão de crédito e cheque especial - para cobrir os gastos representaram 2,1% no período.

Perigo - O cartão de crédito continua como o maior vilão para os consumidores da Capital. De acordo com a pesquisa, 69,6% dos entrevistados têm seus compromissos financeiros atrelados a pagamentos dessa modalidade. O cheque pré-datado respondeu por 0,7% e o cheque especial por 1,8%.

"Quando o consumidor usa o cartão de crédito ele se preocupa com a parcela, se ela cabe ou não no orçamento, e muitas vezes ele entra em outra loja e usa novamente o cartão. Quando vem a fatura, o montante é superior ao que ele pode pagar e aí ele opta pagar outras contas de primeira necessidade e por parcelar o pagamento do cartão, onde incidem os juros altos", esclareceu a analista.

Em relação às despesas fixas, a conta de água ficou em primeiro lugar em junho, como vem acontecendo normalmente, com 26,7%, seguido pela energia elétrica (22,1%) e pela alimentação/supermercado (14,5%). A alimentação também foi o grupo de produtos e serviços mais procurado para consumo, com participação de 60,3%.

Entre os consumidores entrevistados, a maioria (97,4%) pagaria suas contas à vista caso fosse oferecido desconto. E, para aqueles que planejam seus gastos e sobra dinheiro, 35% afirmaram que investiriam esses recursos com lazer, 25% com compras e 5,1% para quitar dívidas.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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