Pesquisa do SPC foi feita em cidades-sede
CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO
Mais da metade dos brasileiros não se planejou para lidar com os gastos extras durante o período da Copa. E ao menos 9% dos torcedores já admitem que vão gastar mais do que o orçamento permite.
Enquanto 58% não fizeram planejamento, 27% afirmaram ter feito alguma reserva para cobrir as despesas.
Os dados constam de uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas nas 12 cidades-sede. Foram 2.558 consumidores entrevistados entre 13 e 18 de junho, primeira semana do evento.
Sete em cada dez torcedores têm a intenção de gastar mais, percentual que corresponde a quase 14 milhões de pessoas. Eles esperam consumir mais refrigerantes, salgadinhos, churrasco, cervejas, roupas e acessórios.
O aumento de gastos dos brasileiros não deve, entretanto, ser suficiente para aquecer a economia, avalia Roque Pellizzaro Junior, presidente da confederação, que representa 900 mil pontos de venda no Brasil.
Isso porque o consumo está restrito a segmentos específicos, como supermercados, bares e restaurantes.
Se por um lado o torcedor diz que vai gastar mais durante o período de jogos, o gasto médio não deve ser de valores tão elevados, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
"A forma escolhida para pagar esses itens é à vista, com dinheiro, o que já mostra que não são produtos de alto valor", diz a economista.
Itens como TV (de maior valor) aparecem somente em sexto lugar na lista de gastos extras na Copa, com 19% de intenção de consumo. Comida e bebidas têm 72%.
Veículo: Folha de S. Paulo