Varejo volta a reduzir projeção de vendas para 2014

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Pela quarta vez consecutiva, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo a projeção de aumento no volume de vendas do comércio varejista restrito em 2014, que passou de 4,7% para 4,5%, o que representa resultado muito próximo dos 4,3% de 2013, o pior registrado em dez anos. Para Juliana Serapio, economista da CNC, o setor está longe de uma retomada. O crédito mais caro tem reduzido a intenção de consumo das famílias e não há sinais de um recuo nos juros para pessoa física.

"A taxa de juros para pessoa física atingiu em maio o maior valor desde julho de 2011", disse Juliana, o que se soma à inflação ainda pressionada e o endividamento elevado. "Embora a inadimplência ainda esteja baixa, com todos esses outros fatores envolvidos, não vejo uma retomada mais robusta na intenção de consumo", afirmou.

A avaliação tem como base a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), cujo indicador subiu 0,1% em julho em comparação com mês anterior, para 120,6 pontos, a primeira elevação do ano. Para Juliana, a alta foi influenciada por um fator sazonal: a menor pressão da inflação dos alimentos no segundo trimestre, em comparação com o primeiro trimestre, mas o resultado representa estabilidade.

"Eu não diria que essa taxa significa retomada, porque o indicador caiu muito nos últimos meses", disse a economista. O ICF de janeiro a junho de 2014 acumula recuo de 8%. Em julho, cedeu 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. "Foi apenas uma trégua, um alívio causado pela menor pressão de aumentos nos preços dos alimentos", afirmou.

Segundo Juliana, o ICF traz mais indicações de consumo desaquecido do que de recuperação de demanda no mercado interno. Com o desempenho de julho, o indicador se distanciou ligeiramente do "fundo do poço" de junho, quando registrou o pior nível da série, iniciada em janeiro de 2010. "Mas, mesmo com a alta de 0,1%, julho é o segundo menor nível da série, perdendo apenas para junho. "

Outro fator mencionado foi o comportamento dos tópicos usados para cálculo do indicador. As respostas das famílias, em julho, sobre momento de compra para duráveis, perspectiva profissional e emprego atual foram as piores da história da pesquisa, o que se repete desde maio. O consumidor não efetua novas compras, principalmente de bens duráveis, caso se sinta inseguro em relação ao emprego, lembra Juliana.



Veículo: Valor Econômico


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