Resultado é o pior dos últimos 5 anos

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Vendas em BH cresceram 2,46% de janeiro a maio deste ano em relação ao ano passado



Os números confirmam a percepção do comércio varejista da capital mineira. O termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) apurou que de janeiro a maio deste ano o setor cresceu apenas 2,46% em relação ao mesmo período do ano passado.

O resultado é considerado preocupante pela entidade, pois foi a menor elevação dos últimos cinco anos. O principal motivo é a perda da renda do consumidor com a inflação em patamares mais altos e a política de aumento dos juros adotada no último ano pelo governo federal.

"Em 2014 o desempenho do comércio vai ser pior do que no ano passado", projeta a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos. Segundo ela, a considerar os resultados da pesquisa e os indicadores econômicos do país, a projeção de crescimento do comércio de Belo Horizonte para este ano feita anteriormente pela entidade, de 3,5%, deve ser revista para baixo. Em 2013, foi apurado incremento de 4,61% em relação a 2012.

De acordo com Ana Paula, já no ano passado o comércio percebeu o recuo do consumidor. De janeiro a maio de 2013 o aumento nas vendas foi de 4,53% em relação a mesmo período de 2012 que, por sua vez, tinha apresentado crescimento de 5,78% na comparação com o mesmo intervalo de 2011. Naquele ano foi apurado o melhor resultado entre janeiro e maio, com taxa de crescimento de 5,82%, pouco acima do apurado em 2010 (5,8%) e bem melhor do que o registrado em 2009 (3,7%).

"Em 2009 havia uma crise econômica, em 2010 veio o boom do consumo e já em 2013 e 2014 percebemos a pressão inflacionária, com taxa de 6,52% ao ano corroendo a renda do consumidor", avalia Ana Paula. A taxa média de juros praticada no comércio, que segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) chegou a 6,03% em junho, também tem dificultado o consumo.

A queda na taxa de inadimplência, que de janeiro a maio ficou em 3,39%, também indica retração das vendas. "Já tivemos taxas maiores, em períodos de maior consumo. Mas, com a queda nos negócios, é natural que esteja mais baixa", considera Ana Paula, lembrando que a inadimplência ainda é reflexo das vendas de longo prazo realizadas até 2012. "Com os juros altos, aumentam as dificuldades de negociação das dívidas", observa.

Para a economista, nem mesmo a Copa do Mundo, que movimentou cerca de R$ 2 bilhões em Minas Gerais, tem ajudado o comércio a melhorar o desempenho. "Gerou mais negócios nos setores de serviços e hotelaria, pouco afetando o varejo", avalia. Para os próximos meses as projeções também não são muito animadoras. "Estamos sem perspectivas de mudanças e os candidatos às próximas eleições ainda não anunciaram seus planos econômicos. Está tudo muito nebuloso, dificultando qualquer previsão", justifica.


Setores -
Entre janeiro e maio, os setores que apresentaram crescimento em relação ao mesmo intervalo do ano passado foram o de tecidos, vestuário, armarinho e calçados (3,71%); supermercados e produtos alimentícios (3,7%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (3,01%); ferragens, material elétrico e de construção (1,34%); papelarias e livrarias (1,02%) e artigos diversos, que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha (0,89%).




Veículo: Diário do Comércio - MG


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