Analistas projetam PIB em 1,7% e alta de 4,73% do IPCA de 2009

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Inflação em alta e produção em queda. Esse é o novo cenário traçado para a economia brasileira em 2009 pelos agentes de mercado consultados pelo Banco Central (BC) em pesquisa semanal de expectativas, com resultados divulgados ontem no boletim Focus. A nova estimativa de variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,73% no ano, frente projeção de 4,60%, no boletim da semana anterior. Simultaneamente houve redução da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,7% no ano, frente 1,8% na semana anterior.

 

Variação do IPCA

 

Mesmo com elevação da expectativa, o IPCA projetado pelo mercado fica dentro da meta do governo, que estipula variação de 4,5%, com possibilidade de oscilação entre 2,5% e 6,5% no ano. Houve também elevação da projeção do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), de 4,49% para 4,63%.

 

Entre os indicadores de inflação, foi revisada ainda a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), de 4,50% para 4,53%. Foi mantida estimativa de alta de 4,24% para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), assim como permaneceu em 5% a projeção de alta dos preços administrados.

 

A piora em relação às expectativas de comportamento da inflação reverte tendência verificada nas últimas semanas, quando houve até mesmo redução dos índices projetados. Nos dois primeiros boletins de expectativas divulgados no ano, vigorava projeção de alta de 5% no IPCA. A partir daí foram três semanas de revisões de estimativas, sempre com apostas em quedas da inflação, o que só foi revertido nesta última semana.

 

Expansão da economia

 

Em relação ao PIB, as apostas do mercado são, sucessivamente, por índices cada vez mais fracos. No começo do ano, a pesquisa do BC indicava projeções de alta de 2,4% do PIB em 2009. As apostas caíram para 2%, depois para 1,8% e agora chegaram ao índice de 1,7%. A estimativa de crescimento da produção industrial também foi revisada, e para baixo, caindo de 2%, na semana anterior, para 1,5%, nesta mais recente edição do boletim de expectativas.

 

O alerta do mercado é que a economia mingua e a inflação aumenta mesmo com mudanças na política monetária. Isso porque as projeções relativas ao patamar previsto para a Selic no final de período são de 10,75%, o mesmo nível projetado pelos analistas de mercado na semana anterior. Ou seja, é considerado certo que o juro básico da economia vai cair da atual faixa de 12,75%, mas essa aposta indica que nem mesmo a redução de 2 pontos percentuais será suficiente para atenuar os efeitos negativos da crise sobre a economia.

 

Taxa de câmbio

 

Além dos resultados negativos previstos para inflação e crescimento do PIB, os agentes de mercado consultados pelo BC apontam ainda que não há espaço para recuo na taxa de câmbio. As novas estimativas mantêm expectativa de que o dólar valerá R$ 2,30 no final do ano, a mesma previsão da semana passada. Desde o início da crise, entretanto, o BC tem realizado intervenções no mercado de câmbio. Somente em vendas diretas, mais de US$ 13 bilhões das reservas internacionais já foram utilizados para conter as cotações, que não mostram sinais de que poderão voltar aos patamares do ano passado.

 

O mercado reduziu também a previsão de chegada de recursos via Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), de US$ 23 bilhões para US$ 22,5 bilhões. A projeção de superávit na balança comercial foi mantida em US$ 14 bilhões e a de déficit em conta corrente em US$ 25 bilhões. Nesse cenário mais restritivo, os agentes de mercado fizeram revisão da estimativa da relação entre a Dívida Líquida do Setor Público e PIB, de 36,6% para 36,3%

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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