Vendas: Sacola do Papai Noel mais vazia

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Metade dos consumidores pretende dar presentes entre R$ 30 e R$ 50

 



A alta nos juros, a inflação corroendo a renda das famílias e as incertezas sobre as ações da nova equipe econômica no Planalto são fatores que podem murchar a sacola do Papai Noel neste Natal. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), feita entre os dias 4 e 21 de novembro, com 300 consumidores, e divulgada ontem, constatou que 45,76% dos belo-horizontinos pretendem consumir menos nesta data tão significativa para o comércio, gastando até R$ 100 com presentes e dando preferência às lembrancinhas, entre R$ 30 e R$ 50. Do outro lado do balcão, os lojistas já percebem essa economia no bolso dos clientes e para não perder vendas colocam nas prateleiras os produtos mais em conta.

O desafio é grande para os comerciantes, uma vez que, segundo previsão da CDL, o crescimento das vendas neste Natal em relação ao de 2013 é de 1,5% a 3%, o menor percentual desde 2002, quando o comércio na cidade cresceu 3,4% no período natalino. O dado ainda é considerado moderado ao ser comparado com o ano passado, quando o segmento apresentou crescimento de 5,04%. Em 2014, a movimentação das vendas deve girar entre R$ 3,15 bilhões e R$ 3,19 bilhões.

Se no ano passado os belo-horizontinos colocaram na sacola de quatro a sete presentes, este ano, a quantidade caiu para, no máximo três. “As famílias vão economizar. No ano passado, o tíquete médio era de R$ 50 a R$ 75. Agora, 25% dos entrevistados disseram que vão comprar produtos nos valores entre R$ 30 e R$ 50. Isso é um efeito da inflação, dos juros altos e de uma consciência maior no consumo”, comentou o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, que destacou ainda que, embora as pessoas dizem consumir menos, o valor que terá que desembolsar para adquirir seus presentes aumentou devido à inflação. Em 2013, a média dos presentes ficou em R$ 89,77.

DINHEIRO Com medo das dívidas e do que se espera do ano de 2015, 44,3% dos consumidores da pesquisa disseram que vão pagar suas compras de fim de ano com dinheiro, o que para Falci é um bom sinal, já que é uma forma de evitar dívidas. Outra mudança no comportamento é a escolha do local das compras. Segundo análise da CDL, 33,11% vão comprar seus presentes na região onde mora. As roupas continuam sendo a maior procura (43%) e, com uma média de gasto menor, os eletrônicos ficarão de fora da lista de muitos consumidores. “Está tudo muito caro. Vou gastar menos. Tenho procurado lembrancinhas de até R$ 60 para dar a pessoas mais próximas e estou comprando, geralmente, nas lojas de bairro”, comenta a consumidora e psicóloga Maria Soledad Barrio. A percepção dela é a mesma de 54% dos entrevistados pela CDL, que disseram que os preços dos produtos estão mais altos devido à inflação.

Segundo a gerente da loja Constance, na Savassi, de bolsas e calçados, Sandra Patrícia de Pereira, a marca investiu, inclusive, em calçados que estão nessa faixa de preço. “São rasteirinhas e sapatilhas”, explica Sandra, dizendo que, nesta semana, a movimentação já começou intensa para o Natal. “A maioria dos clientes tem comprado até três pares de sapatos e procurado levar aqueles com preços melhores. As sapatilhas, por exemplo, são sucesso e temo não ter quantidade suficiente até o fim do ano”, comenta.



Veículo: Estado de Minas


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