No ano fiscal de 2014 a companhia registrou faturamento de US$ 1,778 bilhão, alta de 15% no comparativo anual; novos aportes focam em pesquisa e sementes geneticamente modificadas
No intuito de avançar principalmente em pesquisa e aprimoramento genético de sementes, a Monsanto anunciou ontem (10) o aporte de US$ 150 milhões no País para o ano fiscal de 2015, que teve início em setembro deste ano.
A subsidiária do Brasil faturou US$ 1,778 bilhão no último ano fiscal - entre setembro de 2013 e agosto de 2014 - alta de 15% no comparativo anual, e os próximos passos miram o lançamento de duas variedades que estão em fase de teste na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
"Em relação à soja, por exemplo, estamos lançando uma geração com controle de pragas e resistência à herbicidas. No médio e longo prazo, trabalharemos em gerações com tolerância à seca", conta o presidente da Monsanto no País, Rodrigo Santos. Segundo o executivo, ao todo 18 tecnologias estão sendo avaliadas na comissão.
Em relação ao setor, Santos vê "com excelentes olhos" a entrada de outras quatro ou cinco tecnologias que auxiliem na produção agrícola, mesmo que sejam de seus concorrentes. Para o executivo, isso colabora para que a transgenia conquiste mais espaço entre os produtores rurais.
Só com a tecnologia da soja Intacta RR2 Pró estão sendo plantados 4,8 milhões de hectares entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A expectativa é que essa área atinja cinco milhões de hectares.
"O potencial para novas tecnologias é grande e acreditamos muito nos agricultores do Brasil", enfatiza. Sem revelar projeções isoladas para a expansão da empresa no País, em 2015, o executivo admite que mercado brasileiro é o segundo maior e mais importante para a companhia, além de ser o mais próspero.
Anualmente, a companhia global investe mais de US$ 1 bilhão em desenvolvimento de pesquisa e novos produtos.
Conflito
Há alguns meses, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) entrou em conflito com a Monsanto, alegando que a empresa não tinha um plano de negócios para realizar, por conta própria, o monitoramento do plantio da soja transgênica Intacta e cobrar os royalties de produtores que utilizassem sementes salvas de colheitas passadas e dependia de um acordo com as indústrias para realizar essa fiscalização.
Santos esclarece que o produtor que opta pelo salvamento de sementes na segunda safra, envia uma notificação à companhia e recebe a cobrança do royalty. "O que vemos é que a grande maioria está satisfeita com a tecnologia. Nesta safra, mais de 94% dos produtores que plantaram com a Intacta voltaram a utilizar. Acho que o impasse com a Abiove não limitou o crescimento da empresa, no momento estamos negociando individualmente questões de remuneração com as empresas envolvidas, representadas pela associação", completa.
Diálogo
No intuito de desmistificar conceitos negativos em relação à imagem da empresa, a Monsanto também aposta no lançamento de uma campanha que estabeleça um novo diálogo com a sociedade.
"Nós desenvolvemos este canal para atender a demanda da sociedade por esclarecimento sobre quem é a Monsanto, o que nós fazemos, qual é a nossa história e o conceito e benefícios da biotecnologia integrada a outras inovações agrícolas, como os biológicos, a agricultura de precisão e o melhoramento genético convencional", diz a diretora de assuntos corporativos, Maria Claudia Souza, em relação ao novo site Descubra Monsanto, pilar da nova estratégia.
Veículo: DCI