Números da inflação irritam e preocupam empresários

Leia em 2min 20s

"Não dá para curar a inflação com aspirinas." A declaração, disparada pelo presidente da Fiat Argentina, Cristiano Ratazzi, marca o tom de irritação dos industriais com a falta de políticas concretas, por parte do governo da presidente Cristina Kirchner, no combate à inflação.

 

"Existe um problema macroeconômico no país. É preciso que fique claro que a inflação é uma doença que não se cura com aspirinas, mas sim, com medidas importantes!", sustentou Ratazzi durante o Primeiro Colóquio da Indústria da Província de Córdoba, realizado na cidade de Córdoba, a segunda maior da Argentina e um forte pólo produtor automotivo, de autopeças e máquinas agrícolas.

 

Ratazzi afirmou que "não acredita" que governo "esteja fazendo o necessário" para resolver o problema da inflação. O colóquio marcou uma mudança no tom dos industriais com Cristina.

 

Nos últimos anos, o setor foi privilegiado pela atual presidente e seu marido e antecessor, o ex-presidente Néstor Kirchner, em detrimento dos produtores agropecuários, mas a crescente inflação está eliminando a rentabilidade do setor. O governo teve uma política mutável sobre o combate à inflação. Em 2006, diante da escalada de preços, Kirchner optou por pressionar os empresários a realizar um congelamento de preços. O fracasso desta política levou o governo a "maquiar" o índice. Além disso, limitou as exportações de diversos produtos alimentícios, de forma a redirecioná-los ao mercado interno, e assim, forçar a queda no preços.

 

O índice da inflação oficial é elaborado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), organismo sob férrea intervenção do governo desde janeiro de 2007. A oposição e economistas independentes acusam o Indec de implementar uma intensa manipulação dos dados inflacionários. Segundo o governo, a inflação acumulada nos primeiros sete meses deste ano foi de 5%. Economistas independentes, empresários e organizações de defesa dos consumidores sustentam que a inflação nesse período superou os 15%.

 

COMPETITIVIDADE. O setor industrial reclama que a margem de competitividade, por causa da inflação, é cada vez menor. Segundo um relatório da consultoria Prefinex, a queda da rentabilidade proporcionada pela megadesvalorização da moeda em janeiro de 2002, começou a dissipar-se em maio de 2005.

 

Em plena desvalorização, em dezembro de 2003, a lucratividade empresarial foi 32,5% superior à de dezembro de 2001, quando ainda estava em vigência a conversilidade, que estabelecia a paridade um a um entre o peso e o dólar. Hoje, a rentabilidade é apenas 1% maior do que em 2001. Segundo a Prefinex, as empresas argentinas conseguem manter rentabilidade graças ao crescimento constante dos volumes produzidos, hoje 50% maiores que h[a sete anos..

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


Veja também

Carga tributária irá a 25,38% do PIB

Orçamento Geral da União de 2009 prevê salário mínimo de R$ 453,00.   O Or&ccedi...

Veja mais
Sobrou dinheiro para poupar

Pesquisa diz que famílias da região Sul guardaram 5% da renda mensal em 2007As famílias da regi&ati...

Veja mais
Classes D e E são maioria no país

Instituto divide o país em regiões e comprova que renda média do brasileiro é de R$ 1,5 mil....

Veja mais
CAE aprova nome de Badin para presidência do Cade

Por 21 votos a favor, duas abstenções e nenhum voto contrário, a Comissão de Assuntos Econ&o...

Veja mais
Laboratórios reagem à proposta brasileira

O setor farmacêutico ataca a proposta do Brasil de quebrar patentes como forma de retaliar os norte-americanos na ...

Veja mais
Governo quer saldo nominal até 2010

O governo vai trabalhar para obter superávit nominal - saldo positivo nas contas públicas depois do pagame...

Veja mais
A hora da virada

Claudio Zanão -   Diretor presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massa...

Veja mais
Sul do País aposta na diversificação da lavoura

No Sul do Brasil os pesquisadores estão estudando não só a adaptação a uma eventual m...

Veja mais
Inflação reduz o ritmo, e mercado é surpreendido

Desaceleração veio de alimentos e commodities, e não da alta dos juros básicos comandada pel...

Veja mais