FecomercioSP: faturamento real do varejo paulista cai 3,8% em outubro

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O faturamento real do varejo de São Paulo encolheu 3,8% em outubro passado em relação ao mesmo mês de 2013. Segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o comércio varejista paulista faturou R$ 46,7 bilhões em outubro de 2014, valor 5,4% superior ao de setembro. A pesquisa é baseada nos dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).

A retração na comparação anual fez o indicador no acumulado do ano passar de -2,4% para -2,6%. Segundo a FecomercioSP, o resultado consolidou a tendência de retração no nível da receita do varejo paulista em 2014 em relação a 2013 e é motivo de apreensão, visto que as quedas de movimento ocorreram em sete das dez atividades pesquisadas, justamente no primeiro mês do último trimestre, quando as vendas aumentam.

As atividades que mais contribuíram para o mau desempenho na comparação anual foram concessionárias de veículos (-21,5%), lojas de móveis e decoração (-8,5%), lojas de materiais de construção (-8,2%) e lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-6,9%). Juntos, esses setores contribuíram em 4,7 pontos porcentuais com a retração geral. Mereceu destaque também a queda 4,8% no faturamento das lojas de vestuário, tecidos e calçados.

Os três nichos varejistas que contribuíram de forma positiva para o resultado geral estão todos ligados a bens de consumo essencial e independentes de crédito. As farmácias e perfumarias colaboraram com o aumento de 7,3% em suas vendas; outras atividades, em que são preponderantes as vendas de combustíveis, conseguiram expandir o faturamento mensal em 4,7%; e supermercados, que elevaram a receita em 0,2%, recuperando-se após duas quedas de vendas sucessivas.

Observando o mapa varejista estadual, apenas quatro das 16 localidades pesquisadas conseguiram registrar índices positivos em outubro: Jundiaí (5,2%), Sorocaba (2,3%), Araraquara (1,7%) e Osasco (0,4%). As outras 12 apresentaram quedas de vendas. A maior retração ocorreu na capital paulista, cujas vendas caíram 8,2% em comparação a outubro do ano anterior.

Para a FecomercioSP, o resultado negativo em outubro confirma o mau momento do consumo no Estado de São Paulo. A expectativa era de que outubro revertesse essa tendência, ainda que de forma moderada. Em comunicado à imprensa, a área de análise da federação afirma que o mau desempenho em 2014 de fatores determinantes do consumo - renda, emprego e crédito - "indica que uma reversão do quadro atual das vendas varejistas tende a ser improvável no médio prazo". Para 2015, a perspectiva não muda muito. Segundo a Fecomercio, "a inflação em patamar elevado e alvo de severas ações de política econômica a partir de janeiro colaboram para o cenário desfavorável de vendas também em 2015".



Veículo: A Tarde - BA


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