Comércio de BH se prepara para 2015 ainda mais fraco que 2014

Leia em 2min 30s

Vendas devem subir de 1% a 1,5%

 



Depois de registrar baixo crescimento no ano passado, o comércio da Capital já se prepara para mais um exercício de desempenho fraco. Para 2015, as projeções são de alta entre 1% e 1,5% nas vendas, o que sinaliza desaceleração, já que anteriormente a atividade registrava expansões médias de 5% ao ano. Em 2010, por exemplo, o aumento chegou a 10,1%.

"O comércio vive hoje uma situação pior do que em 2008, quando havia uma crise financeira internacional. Naquele ano, o país estava muito mais preparado para enfrentar turbulências e o consumo se manteve em alta", avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci.

As justificativas para a má fase são diversas: passam pelo baixo crescimento econômico do país e pelas medidas que estão sendo adotadas pelo governo federal para tentar melhorar o cenário. Aumento nas taxas de juros, inflação em alta, aumento da inadimplência, reversão do nível de empregos são alguns dos fatores que pioram o quadro. Além disso, é grande a desconfiança de empresários e consumidores, que tendem a reduzir cada vez mais os investimentos e o consumo.

Pesquisa divulgada ontem pela entidade mostra que a situação em 2014 foi muito pouco animadora, uma vez que o crescimento do comércio no ano passado foi de apenas 2,08%, pior resultado dos últimos oito anos. Em 2008, quando a atividade apresentou números melhores, mesmo em um momento de extrema adversidade na economia mundial, a alta nas vendas havia sido de 4%.

Os segmentos que apresentaram os melhores desempenhos em 2014 foram: máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (+5,06%); supermercados e produtos alimentícios (+5,01%); tecidos vestuário, armarinho e calçados (+3,86%); produtos farmacêuticos (+1,49%) e artigos diversos que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo e fotográfico, computadores e artigos de borracha (+0,89%).


Recuo -
Já os que seguiram caminho contrário, com retração, foram: veículos novos, usados e peças (-2,04%); ferragens, material elétrico e de construção (-1,23%) e papelarias e livrarias (-0,17%). "Quando tem crescimento, os gêneros de segunda necessidade viram estrelas. Como estamos no caminho inverso, esses produtos supérfluos são os que mais sentem", afirma Falci.  o que justifica a alta ter ocorrido principalmente puxada por produtos como alimentos e medicamentos.

Na comparação de dezembro com o mesmo mês de 2013, o crescimento foi ainda menor, de 1,56%. E frente ao mês imediatamente anterior, as vendas do varejo belo-horizontino cresceram 3,27%. O desempenho nessa base de comparação também não agradou os comerciantes. "Normalmente, dezembro tem uma elevação sobre novembro porque é o período do Natal. E nessa base de comparação as elevações costumam ser de dois dígitos", pondera Falci. Desde 2007, quando o crescimento de dezembro frente a novembro havia sido de 21%, o pior resultado foi o de 2014. O segundo pior o de 2013, quando a alta chegou a 3,91%.



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Comércio tem ano de baixo crescimento

Pesquisa do IBGE mostra que o desempenho do comércio em Minas durante o ano passado foi o pior desde 2003 As ven...

Veja mais
Dados do varejo reforçam projeções de resultados fracos no mercado

O resultado fraco das vendas do varejo em 2014, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatíst...

Veja mais
Preços administrados elevam inflação de serviços em SP, diz Fipe

O Índice Geral de Serviços (IGS) acelerou de 2,46% no fechamento de janeiro para 2,83% na primeira quadris...

Veja mais
Inflação agropecuária no atacado recua na 1ª prévia do IGP-M

A inflação no setor agropecuário desacelerou no atacado. Os preços caíram 1,07% na pr...

Veja mais
Inadimplência do consumidor fica estável em janeiro de 2015

A inadimplência do consumidor em janeiro de 2015 foi 0,2% menor que em dezembro passado, beirando a estabilidade, ...

Veja mais
Inadimplência aumenta em BH

Percentual de pessoas que estão com débitos atrasados atingiu 11,2% no ano passado   A inadimpl&eci...

Veja mais
Comerciantes divergem sobre crescimento das vendas no carnaval deste ano

Pesquisa do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) revela que, por influência do carnaval de rua...

Veja mais
Apostas PIB estagnado com IPCA alto

Analistas do mercado financeiro reduziram pela sexta vez seguida as projeções para o desempenho da economi...

Veja mais
Economia encolhe 0,1% em 2014, aponta monitor do PIB da FGV

A economia brasileira encolheu 0,1% em 2014 na comparação com o ano anterior, estima o Instituto Brasileir...

Veja mais