Comércio tem ano de baixo crescimento

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Pesquisa do IBGE mostra que o desempenho do comércio em Minas durante o ano passado foi o pior desde 2003




As vendas do varejo em Minas Gerais cresceram 2,6% em 2014 em relação ao ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do Estado foi superior à média nacional, que registrou expansão de 2,2% na mesma base de comparação. Os desempenhos observados tanto em Minas quanto no Brasil representaram os piores índices desde 2003, quando o setor amargou quedas de 1,7% e 3,7%, respectivamente, frente ao exercício anterior.

Já quando avaliado somente o resultado do setor no último mês do exercício passado frente a dezembro de 2013, houve alta de 2,7% no nível de comercialização em Minas, enquanto no Brasil observou-se um crescimento de 0,3%.

De acordo com a gerente de comércio do IBGE Juliana Paiva, em ambos os casos os números do comércio podem ser atribuídos a uma série de fatores, entre os quais estão a alta da inflação, o aumento dos juros e o conseqüente maior endividamento das famílias brasileiras. "Em alguns segmentos até houve crescimento satisfatório e acima da média, mas que estão relacionados ao consumo de bens e serviços essenciais", justifica.

No comércio varejista, todas as 27 unidades da Federação apresentaram variações positivas no volume de vendas no acumulado do ano. As maiores altas ocorreram no Acre (12,6%), Roraima (9,8%), Rondânia (9,3%), Amapá (9%), Tocantins (5,7%), Ceará (5,6%) e Maranhão (5,5%). No Distrito Federal o desempenho foi de apenas 0,1%, no Espírito santo de 0,3%, e em Santa Catarina e no Amazonas de 0,4%.

Na comparação anual, cinco dos sete segmentos avaliados pela pesquisa apresentaram resultados positivos frente a 2013 em Minas Gerais. O destaque ficou por conta do grupo "outros artigos de uso pessoal e doméstico", com crescimento de 9,4% no acumulado do ano passado. Logo em seguida apareceu artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com alta de 6,6% no mesmo tipo de comparação.

"O primeiro engloba lojas de departamentos e perfumaria, dois segmentos que mesmo em período de crise, são beneficiados pela diversidade de produtos. Já o segundo se refere a uma área que comercializa bens essenciais, e apesar de pouco representar para o faturamento do setor, oferece itens com preços mais baixos, que têm maior saída em épocas de crise", diz.

Além disso, a categoria de combustíveis e lubrificantes apresentou alta de 3,2% no decorrer de 2014, a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo de 2,7% e o de móveis e eletrodomésticos 1%. Na outra ponta, o grupo composto por livros, jornais, revistas e papelaria apresentou queda de 7,6% e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação de -16%.

Quando considerada a comparação de dezembro de 2014 com o mesmo mês do ano anterior, o destaque no Estado também ficou por conta de "outros artigos de uso pessoal e doméstico", com crescimento de 9% em relação a dezembro de 2013. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com alta de 8,8% na mesma base de comparação, apareceu logo em seguida.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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