Economia do país encolheu 0,15% em 2014, mostra BC

Leia em 2min 10s

Índice de atividade calculado pelo órgão teve pior resultado desde 2009

Retração tende a se agravar com medidas para frear a escalada da inflação e rombo nas contas do governo

 




A economia brasileira encolheu em 2014 e iniciou este ano mais próxima de uma recessão, mostram dados do Banco Central.Divulgado nesta quinta-feira (12), o índice de atividade do BC aponta uma queda de 0,15% no ano passado, no pior desempenho desde 2009. Em outras palavras, o Brasil ficou mais pobre.

Os números definitivos sobre a variação da renda e da produção nacional --ou seja, do PIB (Produto Interno Bruto)-- só serão divulgados no próximo mês pelo IBGE. Mas os cálculos do BC já antecipam tendências negativas.

Com o pessimismo disseminado entre consumidores e empresários, a atividade conjunta de indústria, comércio, serviços e agropecuária caiu 0,55% em dezembro e 0,15% no último trimestre do ano passado, na comparação com os períodos imediatamente anteriores.Isso significa que o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff começa com a herança de uma economia já em trajetória de declínio.

A retração tende a se agravar com as medidas adotadas para combater a escalada da inflação e o rombo nas contas do governo, heranças do primeiro mandato.Já estão em curso alta dos juros, aumento de impostos, cortes em programas sociais e em outros gastos públicos. Para piorar o cenário, há a ameaça de racionamento de água e energia elétrica, em particular na região mais rica do país.

Entre analistas de mercado, já são comuns projeções de encolhimento do PIB por dois trimestres consecutivos neste início de ano, um indicador tradicionalmente adotado de recessão.O diagnóstico será mais claro se confirmadas as previsões gerais de aumento das taxas de desemprego. Recessões são processos prolongados de contração da economia em que, temerosas com o futuro, as famílias passam a consumir menos e as empresas cortam investimentos e contratações. Como resultado, todos empobrecem.

O PIB brasileiro encolheu nos dois primeiros trimestres de 2014, mas, como as taxas não chegaram a ser expressivas e o mercado de trabalho manteve números favoráveis, a recessão não ficou inteiramente caracterizada.

QUEDA DA CONFIANÇA


Desde o início do governo Dilma, o país alterna períodos de crescimento econômico modesto e de estagnação, a despeito de sucessivos pacotes oficiais de estímulo.

A administração petista elevou gastos públicos, promoveu desonerações tributárias, reduziu juros e ampliou o crédito dos bancos públicos. As medidas, no entanto, provocaram alta da inflação, piora nas contas do governo e deficit na balança comercial, o que minou a confiança do mercado e provocou queda dos investimentos.

 

Veículo: Folha de S. Paulo


Veja também

É preciso fazer mais com menos, diz Levy a varejistas

Em encontro com empresários, ministro da Fazenda pede união de esforços para que economia se recupe...

Veja mais
Inflação de 1,74% em janeiro bate recorde na Grande Belém

Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) levantado pela Fundação Amazônia de Amp...

Veja mais
Levy diz que retomada do crescimento virá com apoio da iniciativa privada

A retomada do crescimento econômico virá com a ajuda da iniciativa privada, disse quinta-feira (12) o minis...

Veja mais
Indicador de preços no comércio eletrônico sobe 3,07% em janeiro

O índice Fipe/Buscapé, que registra variações de preços no mercado eletrônico b...

Veja mais
Atividade econômica cai 0,12% em 2014, mostra Banco Central

A atividade econômica apresentou queda de 0,12% em 2014, já descontados os efeitos sazonais, ou seja, as in...

Veja mais
Câmbio já eleva preço de produtos e insumos

Fatores como o reajuste da energia e dos combustíveis também terão impacto no valor de produtos div...

Veja mais
Levy pede apoio do varejo para ajuste fiscal

Brasília. Este é um ano de ajustes, em que será preciso fazer mais com menos. Esse foi o recado dad...

Veja mais
Liquidações prosseguem no comércio em fevereiro

Consumidores não apareceram   Levantamento da Federação do Comércio do Estado de Mina...

Veja mais
Índice Cielo mostra manutenção do ritmo lento do mercado

O Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA) subiu 2,1% em janeiro deste ano, ante o mesmo mês de 2014, descont...

Veja mais