O mercado financeiro vê ainda mais distante do que antes a possibilidade de cumprimento da meta de inflação de 4,5% em 2015. De acordo com o Relatório Focus, do Banco Central, a mediana das previsões para o IPCA deste ano subiu de 7,15% para 7,27%
Há um mês, a mediana estava em 6,67%. A piora das expectativas para os indicadores de preços pode ser constatada em diferentes variáveis para diferentes períodos, segundo o documento.
Também no Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões, a mediana segue acima da banda superior da meta. Entre a semana passada e esta, a projeção ficou estável em 7,12% para 2015 e em 5,65% para 2016. Quatro semanas atrás a projeção estava, respectivamente, em 6,60% e 5,60%.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu que o IPCA subiria nos primeiros meses deste ano, mas avaliou que entraria em um período de declínio mais para frente e encerraria 2016 no centro da meta de 4,5%. Apesar desse prognóstico mais positivo para o médio prazo, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem em nível elevado. Elas, entre a semana anterior e esta, ficaram estáveis em 6,56% - ainda acima do teto da meta de inflação.
As projeções para o curto prazo também continuam em nível elevado na Focus: a taxa para fevereiro de 2015 segue em 1,02%. Um mês antes, essa taxa estava em 0,75%. Para março, a mediana das previsões passou de 0,65% para 0,70%, ante 0,55% de quatro semanas atrás.
Na pesquisa geral, a mediana das projeções para o IPCA de 2016 foi uma das poucas a não mostrar piora, com a mediana das projeções estáveis em 5,60% pela terceira semana consecutiva - um mês antes estava em 5,70%.
Previsão de recessão
O mercado está mais pessimista com o crescimento do País em 2015 e passou a esperar uma recessão. Segundo o Focus, os analistas ouvidos na pesquisa esperavam, até semana passada, estagnação para o Produto Interno Bruto (PIB). Agora, a expectativa é de uma retração de 0,42%. Para 2016, a estimativa é de recuperação, uma expansão de 1,50%, mesmo número projetado na semana anterior.
Parte desse desempenho negativo se explica pela piora nas projeções para a produção da indústria para este ano , que até semana passada registrava expectativa de produção positiva em 0,44%. Esta semana, no entanto, o quadro virou para pior e a expectativa é de queda de 0,43% na produção industrial. Para 2016, as projeções apresentaram uma ligeira desaceleração, mas ainda assim um número muito melhor que o esperado para este ano - em relação a semana passada, a expectativa para a produção industrial recuou de 2,50% para 2,45%. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI