Promoções não sustentam vendas do varejo

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De acordo com a Fecomércio, sazonalmente fevereiro é um mês mais fraco em vendas, já que tem menos dias úteis

 



As promoções de início de ano não foram suficientes para melhorar o desempenho do comércio belo-horizontino em fevereiro. Para 82,4% dos comerciantes, o faturamento ficou igual ou menor que o registrado em janeiro.  o pior resultado para o mês desde 2012, quando a Análise Mensal do Comércio Varejista passou a ser realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas).

Dentre os 63,2% dos comerciantes que tiveram retração no faturamento, a queda média apurada foi de 27,1%, segundo a pesquisa. O resultado foi pior do que o projetado. Tanto que na pesquisa anterior apenas 28,4% dos entrevistados disseram acreditar em queda no faturamento.

O economista da Fecomércio Caio Gonçalves explica que sazonalmente fevereiro é um mês mais fraco em vendas.  época de Carnaval, tem menos dias do que janeiro e vem logo no início do ano, quando as pessoas estão se refazendo de gastos como IPTU, IPVA, dentre outros compromissos financeiros.

Mas neste ano o resultado foi ainda pior do que nos anteriores em decorrência da conjuntura econômica. Baixo crescimento do país, inflação em alta e maior risco de desemprego são algumas das explicações.

A situação está tão grave que nem mesmo as promoções estão atraindo os consumidores. Segundo a pesquisa, 68,6% dos empresários colocaram as mercadorias com preços promocionais em fevereiro. Como não houve o resultado esperado, 59,9% deles continuaram com as liquidações em março. Dentre os produtos mais vendidos foram citados calçados, vestuário e alimentação.

Para março, as projeções começam a ficar melhores. Para 71,4% dos empresários entrevistados, haverá alta no faturamento frente a fevereiro. Outros 17,5% apostam em resultados iguais e 11,1% admitem perdas. Mas em março de 2014, as projeções tinham sido mais otimistas, uma vez que 82% apostaram, na época, em crescimento.

Mesmo acreditando em uma melhora no faturamento, os investimentos em estoque foram baixíssimos. Apenas 8,7% dos entrevistados disseram estar dispostos a investir mais na formação de estoques. "Os empresários pretendem escoar os produtos disponíveis para depois abrir novos pedidos para a indústria", afirma o economista.

A baixa demanda está influenciado até mesmo os preços dos fornecedores. Os comerciantes estimam que 67% dos fornecedores devem manter o preço de fevereiro durante todo mês de março. Em fevereiro, havia sido mantido em 52,1% dos casos.


Contas - Em termos de mão de obra, o mercado terá um março com relativa estabilidade, uma vez que 87,3% dos empresários planejam manter a equipe do mês anterior. Apenas 6,5% deverão aumentar o quadro de funcionários e os 6,2% restantes irão demitir.

Ao longo dos meses, a saúde financeira das empresas deverá melhorar, pelo menos essa é a expectativa de 75,9% dos empresários. Em fevereiro, apenas 20,5% apresentaram essa melhora. O restante ficou com o capital de giro em igual patamar ou pior ao registrado no mês anterior.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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