INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E ECONOMISTAS elevam a estimativa de IPCA neste ano para quase 8% e reduzem a do PIB para -0,78%. Dólar fecha praticamente estável, a R$ 3,245, e a Bovespa sobe
Após uma semana marcada por tensões políticas e expectativa em relação às manifestações de domingo, instituições financeiras e especialistas ouvidos pelo Banco Central (BC) reforçaram a expectativa de inflação maior e atividade econômica menor. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 é de 7,93%, a 11ª alta seguida. Há quatro semanas, esperava-se 7,27%.
Movimento semelhante ocorre na estimativa de Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Analistas projetam queda de 0,78%, segundo relatório do BC divulgado ontem. Há um mês, recuo de 0,42%. A preocupação foi reforçada pelo Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que registrou diminuição de 0,11% em janeiro em relação a dezembro. O indicador é visto como um antecessor de tendência do PIB, calculado pelo IBGE.
INVESTIDORES DE OLHO NO FEDERAL RESERVE
No mercado, o dólar se manteve praticamente estável ontem e fechou a R$ 3,245. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi impulsionada pelo bom humor no Exterior e avançou 0,58%. Para especialistas, as manifestações estiveram no foco dos investidores, mas não influenciaram a cotação do câmbio no dia.
O principal impacto veio de fora, refletindo a expectativa da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que pode indicar claramente aumento na taxa de juro. Uma elevação deixaria os títulos americanos – considerados de baixo risco e com taxa de remuneração que acompanha a oscilação do juro básico – mais atraentes aos investidores internacionais, eles acabariam preferindo aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco, como emergentes, incluindo o Brasil.
– A gente espera uma mudança no discurso da Janet Yellen (presidente do Fed) que indiquem um aumento na taxa de juro nos próximos encontros – disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Em São Paulo, ontem, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o ajuste fiscal:
– A agenda é de realismo de preço para as pessoas terem confiança. A agenda tem grande disciplina fiscal para que os preços caiam.
AS PROJEÇÕES
Mercado prevê inflação de
7,93%
em 2015. É a 11ª elevação seguida na estimativa de analistas ouvidos pelo BC.
O relatório Focus também projeta queda de
0,78%
no PIB brasileiro em 2015. É o 11º recuo consecutivo.
Dólar deve fechar o ano a
R$ 3,06
Há uma semana, a projeção era de R$ 2,95.
A economia recuou
0,11%
em janeiro em relação a dezembro, conforme o índice calculado pelo BC.
Veículo: Zero Hora - RS