CNI avalia que houve deterioração mais intensa do quadro econômico

Leia em 1min 40s

O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avaliou nesta terça-feira, 14, que no primeiro trimestre deste ano houve uma deterioração mais intensa do quadro econômico, se comparado com as condições observadas no fim do ano passado, quando foi apresentado o último Informe Conjuntural, estudo que apresenta as expectativas da entidade para a economia.

A CNI avalia que os ajustes promovidos pelo governo vão permitir que a meta de superávit para este ano, estabelecida em R$ 66,3 bilhões, seja alcançada. Segundo a entidade, as medidas revertem uma trajetória expansionista que vinha deteriorando as contas públicas. Na opinião do economista, entretanto, o ajuste fiscal não será suficiente se o governo não adotar um agenda positiva, com medidas que visam, por exemplo, a simplificação de procedimentos e redução da burocracia.

Em fase de ajuste, a entidade espera um ano de dificuldades e com retorno do crescimento apenas em 2016. O destaque negativo será a performance da indústria, que deve se retrair 3,4% neste ano. "O setor de serviços, geralmente um setor de inércia muito grande, deve mostrar queda em 2015", lembrou Flávio.

O economista ressaltou que o consumo das famílias deve cair 0,6% neste ano. "Até a década passada, o consumo das famílias crescia até mais que o investimento. Isso reflete a perda de fôlego da capacidade de consumo, em parte porque a inflação aumentou", disse, chamando a recomposição de tarifas públicas e preços administrados nos últimos meses de "choque tarifário". Segundo ele, os números negativos da economia se refletem no mercado de trabalho e já é possível observar um recuo do emprego no País.

Na opinião de Flávio, também é preciso considerar riscos não econômicos, como a crise enfrentada pela Petrobras. "Todas as investigações, ações judiciais e deterioração econômica da empresa comprometem as decisões de investimentos da estatal e impactam na formação de investimento global do País", afirmou. As dificuldades de articulação do Palácio do Planalto com o Congresso também são considerados. "A base parlamentar do governo está menos coesa e isso dificulta um pouco a aprovação de medidas mais completas, causa mais volatilidade, mais incerteza", disse.



Veículo: Diário de Pernambuco


Veja também

Vendas em Minas têm a maior queda dos últimos 12 anos

Recuo foi de 5,2% em relação a fevereiro do ano passado As vendas do varejo em Minas Gerais recuaram 5,2%...

Veja mais
CNI projeta uma retração de 3,4% do PIB industrial do País neste ano

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou ontem que projeta uma retração de...

Veja mais
Comércio varejista registra em fevereiro maior queda desde 2003

Queda foi puxada, principalmente, por super e hipermercados   O comércio varejista registrou queda de 3,1%...

Veja mais
Indicado à diretoria do BC, Damaso ressalta foco no controle da inflação

Para o economista, assim como a manutenção do nível de preços, a estabilidade financeira &ea...

Veja mais
Nem o Dia das Mães vai salvar as vendas nas lojas

Comércio de BH prevê estagnação na segunda melhor data de compras, pior resultado em 10 anos....

Veja mais
Comércio tem maior queda desde agosto de 2003

Recuo foi de 3,1% em fevereiro, frente ao mesmo mês de 2014. Na comparação mensal, as vendas ca&iacu...

Veja mais
Inadimplência cresce 1,25% em março, segundo a CDL/BH

Apesar de apresentar crescimento, taxa em março é a menor do ano, resultado da retração da a...

Veja mais
Vendas do varejo caem 0,1% em fevereiro, informa o IBGE

As vendas do comércio varejista restrito caíram 0,1% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste...

Veja mais
Após 14 semanas, cai a projeção de inflação

Para o fim de 2016, a mediana das projeções dos analistas ouvidos pelo BC para o IPCA foi mantida em 5,60%...

Veja mais