Recuo foi de 5,2% em relação a fevereiro do ano passado
As vendas do varejo em Minas Gerais recuaram 5,2% em fevereiro deste ano na comparação com igual mês de 2014. Esta foi a segunda pior queda do setor nos últimos 12 anos, desde o mesmo mês de 2003, quando o recuo na análise mensal havia sido de 11,7%. A baixa na comercialização do comércio mineiro superou a nacional que foi de -3,1% no mesmo tipo de comparação. O resultado do país é o pior desde agosto de 2003.
Na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desempenho do varejo de Minas Gerais foi 1,1% menor do que o de janeiro. Já no País, a baixa foi de apenas 0,1% na mesma base de comparação.
De acordo com a economista do IBGE Minas, Juliana Dias Alves, a expressiva diferença entre os desempenhos do Estado e do País neste caso, se deve ao fato de todos os setores analisados terem apresentado resultados negativos em Minas Gerais. Já em âmbito nacional, três setores conseguiram se manter positivos: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (8,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (3%).
"O que justifica a diferença entre os desempenhos no mês é a análise setorial, uma vez que o resultado de janeiro tinha sido de relativa estabilidade para Minas Gerais e crescimento para o País", diz.
Ainda segundo Juliana, o comportamento do comércio no início deste exercício é conseqüência do atual cenário econômico vivido pelo País. Ela reitera que a combinação entre alta dos juros, preços elevados, maior controle do crédito e estagnação do mercado de trabalho e dos níveis salariais são os principais fatores que estão contribuindo para o ajuste negativo do setor.
No ano, o setor no Estado já acumula baixa de 2,6%, enquanto no País a queda chega a 1,2% sobre igual período do ano anterior. Já nos últimos doze meses as vendas do comércio mineiro ainda seguem positivas em 1,1% e em âmbito nacional em 0,9%, sempre na comparação com o mesmo período anterior. Neste sentido, a economista destaca que os resultados acumulados em 12 meses mostram que, em Minas Gerais, após uma breve recuperação no segundo semestre de 2014, o crescimento do comércio encontra-se em níveis próximos aos verificados em 2013, mas em níveis mais baixos do que os verificados até 2012.
Em relação aos setores, a pesquisa indicou que na análise mensal, todos os segmentos avaliados apresentaram decréscimo nas vendas no Estado. O pior desempenho foi observado em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-28,4%) seguido por móveis e eletrodomésticos (-12,8%).
Quando levadas em consideração as vendas efetuadas no acumulado dos dois primeiros meses de 2015, a análise setorial apresentou seis categorias com resultados negativos e dois com retração. Os recuos mais expressivos foram registrados mais uma vez em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-31,9%), livros, jornais, revistas e papelaria (-11,4%) e móveis e eletrodomésticos (-8%).
Já os resultados positivos ficaram por conta de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).
Varejo ampliado - No diagnóstico do comércio varejista ampliado, que conta com todos os setores pesquisados incluindo veículos, motocicletas, partes e peças, além de material de construção, tanto o Estado quanto o país apresentaram variações negativas em todas as comparações e em todos os segmentos. Na comparação mensal os resultados foram de -9,6% e -10,3%, respectivamente. Já no acumulado do ano os resultados foram negativos em 8,5% e 7,5%, na mesma ordem. E, nos últimos 12 meses, -2% e 3,8%.
Veículo: Diário do Comércio - MG