Caem as vendas no comércio de Belém

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Queda é de 20% no primeiro semestre em relação a mesmo período de 2014

 



O setor do comércio na capital paraense registrou uma queda no volume de vendas neste primeiro semestre. De acordo com o vice-presidente do Sindicato do Comércio Lojista de Belém (Sindilojas), Joy Colares, a redução foi de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. A perspectiva para o segundo semestre não é das melhores. As vendas só devem ficar aquecidas a partir de novembro deste ano.

Para o vice-presidente do Sindilojas, o cenário pessimista é reflexo de uma crise nacional. “Isso é resultado das atuais condições econômicas do Brasil, com o aumento da inflação, dos juros e da diminuição da renda da população. Infelizmente, não é só uma realidade de Belém, mas de outras cidades também. Tivemos uma queda acentuada no primeiro semestre e, pelo que observamos, os meses seguintes vão seguir no mesmo ritmo”, comentou Colares.

As contratações de trabalhadores temporários, algo comum para as vendas de final de ano, também podem ficar comprometidas. “Nós esperamos que a partir de novembro a situação melhore, mas as contratações de final de ano são uma incógnita. Acreditamos que elas vão acontecer, mas não podemos estimar a quantidade de contratados, porque o cenário ainda é obscuro”, destacou Colares.

A saída encontrada por muitos lojistas para vender os produtos estocados é realizar promoções e ofertas. “As lojas têm uma melhor comunicação com os clientes e, a partir disso, passam a oferecer preços mais baixos para reduzir os estoques de produtos”, explicou ele. Com mercadorias excedentes nas prateleiras, as lojas devem reduzir, junto aos fornecedores, as compras para datas importantes como o “Dia dos Pais” (9 de agosto), “Círio de Nossa Senhora de Nazaré” (11 de outubro) e “Natal” (25 de dezembro). “Como muitos ainda têm produtos, a formação de estoques para essas três datas será reduzida”, comentou Colares.

JUNINA


Colares destacou ainda que a quadra junina é a última data promocional do primeiro semestre que ajuda a alavancar as vendas em muitas lojas. “A data é muito importante para o segmento das confecções e para quem vende comidas típicas”, observou. Foram os trajes típicos da época junina que melhoraram as vendas do comerciante Oscar Dias, de 62 anos, que revende confecções. “Este ano a situação está pior do que junho de 2014. Mas, mesmo assim, as roupas de quadrilha tiveram mais saída e melhoraram as minhas vendas, que estavam fracas até então”, afirmou o comerciante.

Após o mês de junho, Oscar explica que a medida para aumentar as vendas vai ser ofertar produtos para os clientes. “Nós sempre lançamos ofertas e promoções para garantir um preço mais baixo do produto e assim atrair o consumidor”, disse o comerciante.

Há mais de 50 anos trabalhando com vendas no comércio, Osmar Campos, de 72 anos, contou que também sempre coloca à venda produtos mais procurados pelos consumidores. “Eu vendo bolsas, cintos e carteiras. Estou sempre de olho no que é mais procurado por quem quer comprar”, afirmou. Osmar conta que o seu volume de vendas este ano está semelhante ao mesmo período de 2014. “Nós temos que vender de acordo com as necessidades do freguês, fazendo ofertas e baixando o preço”, afirmou.

O comerciante também abasteceu seu ponto de vendas com artigos da quadra junina e garante que, no final do mês, os produtos da vez serão os de verão. “A mercadoria de época sempre é vendida. Os enfeites de São João estão com boas vendas, graças a Deus. Para julho, vou vender chapéus de praia e outras coisas do verão. Nós temos que saber trabalhar para enfrentar a crise”, observou Osmar.




Veículo: O Liberal - PA


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