Inflação na saída da fábrica encerra setembro em 3,03%

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                                                                Índice calculado pelo IBGE é três vezes superior ao de agosto (0,96%).

A inflação dos produtos na saída das fábricas brasileiras, medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) ficou em 3,03% no mês de setembro deste ano. A taxa - a maior desde o início da série, em janeiro de 2014 - é três vezes superior às observadas em agosto (0,96%) e em setembro do ano passado (0,98%). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPP acumula taxas de 7,8% no ano e de 9,44% no período de 12 meses. Entre as grandes categorias da indústria pesquisadas, a maior inflação registrada em setembro deste ano ficou com os bens intermediários (insumos industriais usados na produção de outros bens): 3,73%.

Vinte e duas das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram inflação em seus produtos em setembro deste ano, com destaque para os alimentos (5,48%), as indústrias extrativas (12,5%), outros equipamentos de transporte (7,95%) e outros produtos químicos (3,41%).

Os bens de capital (máquinas e equipamentos usados no setor produtivo) tiveram alta de preços de 2,92%. Os bens de consumo duráveis tiveram inflação de 0,67% e os semi e não duráveis, de 2,3%.

Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 12,50% nos preços em setembro, após queda de 8,70% em agosto. Já a indústria de transformação registrou avanço de 2,75% no IPP no mês passado, o maior resultado da série, iniciada em janeiro de 2010 nesta classificação.

O indicador acumulado no ano atingiu 7,80%, contra 4,63% em agosto/2015. Entre as atividades que, em setembro/2015, tiveram as maiores variações percentuais, destacaram-se: outros equipamentos de transporte (34,41%), fumo (32,94%), papel e celulose (23,10%) e madeira (18,01%). Os setores de maior influência foram: alimentos (1,93 p.p.), outros produtos químicos (1,32 p.p.), papel e celulose (0,78 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,73 p.p.).

No acumulado nos 12 meses, a variação de preços ocorrida foi de 9,44%, contra 7,27% em agosto de 2015. As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (45,33%), fumo (44,67%), papel e celulose (30,35%) e madeira (25,91%). Os setores de maior influência (tabela 3) foram: alimentos (2,48 p.p.), outros produtos químicos (1,43 p.p.), papel e celulose (0,99 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,90 p.p.).

Câmbio - A desvalorização do real ante o dólar em setembro foi o principal motivo para a alta do IPP, que chegou a 3,03% no mês. Segundo dados do Banco Central, o dólar chegou a R$ 4,19 no dia 24 de setembro, ou seja, 15% maior do que o valor de R$ 3,64 de 31 de agosto.

"Isso tem um efeito sobre vários setores, não só de preços de produtos que a gente exporta, como de matérias primas que a gente importa, que vêm mais caras e, portanto, aumentam áos nossos custos e os nossos produtos", disse o pesquisador do IBGE Alexandre Brandão.

Segundo ele, as maiores altas de preços foram concentradas nos segmentos dos alimentos, que tiveram inflação de 5,48%, e outros produtos químicos (3,41%). Outros setores que tiveram aumento de preços foram as indústrias extrativas (12,5%) e outros equipamentos de transporte (7,95%).

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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