A crise mundial pode estar afetando alguns setores da economia quando se trata de contratação ou demissão, mas há aqueles que continuam bastante sólidos. É o caso das áreas da agricultura e pecuária, comércio varejista e, ainda, fabricação de produtos alimentícios e bebidas.
No setor da agricultura, as 245 agências do trabalhador de todo o Paraná abriram 3.576 vagas em janeiro deste ano - último relatório atualizado pela Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social.
Em seguida no “ranking” estão as 2.414 vagas ofertadas para o comércio varejista e, em terceiro, ficam os 1.553 postos de trabalho das fábricas de produtos alimentícios e bebidas.
Em quarto lugar ficou o setor que surpreendeu no ano passado, quando era praticamente líder no número de vagas ofertadas: a construção civil, que abriu 1.240 novos postos em janeiro deste ano.
A coordenadora de Intermediação de Mão-de-Obra da Secretaria, Angela Carstens, explica que os setores que estão no topo do “ranking” sempre oscilaram nos primeiros lugares, e com a crise eles não foram afetados. No caso da agricultura, Angela conta que as agências quase sempre conseguem ocupar metade das vagas, o que é considerada uma boa taxa.
“Neste setor não há muita exigência quanto à escolaridade, por isso a facilidade”, comentou. Já na área do comércio varejista, sobretudo em lanchonetes e supermercados, a situação é um pouco mais complicada, segundo Angela. “Pesquisas feitas com as pessoas que trabalham nos supermercados indicam que muitas delas deixam o emprego por causa da falta de perspectiva de crescimento profissional”, avaliou.
A mesma situação ocorre na construção civil. “Hoje sobram vagas no setor porque o filho do pedreiro não quer mais ser pedreiro, por exemplo. Sem falar que é preciso ter um pouco mais de escolaridade, pois muitas vezes tem que saber até a Língua Portuguesa para interpretar um projeto, por exemplo”, disse.
Com relação aos supermercados - que abrem vagas com frequência - o presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Everton Muffato, lembrou que no momento a Páscoa está possibilitando a abertura de novos postos - cerca de oito mil temporários até agora - e que a área abre vagas constantemente. O motivo, segundo ele, é a rotatividade.
“Temos muitos funcionários que têm o seu primeiro emprego no supermercado. Na medida em que vão estudando passam para outro emprego e abrem uma nova vaga”, comentou.
Muffato não acredita que os trabalhadores dos supermercados não vejam perspectivas na carreira, para ele tudo depende da empresa. Já com relação aos horários, ele acredita que ainda há a cultura, principalmente nas cidades menores, de não simpatizar com a ideia de trabalhar aos domingos.
Veículo: O Estado do Paraná