O casal Jonas e Josângela Assunção dispensou os importados e vai investir em frutas, verduras e legumes para baratear a ceia de Natal deste ano. O peru, por sua vez, será substituído por um frango especial e, aproveitando o foco na alimentação saudável, a segunda opção de salgado na casa dos dois será um peixe. Com as substituições, eles acreditam que conseguirão economizar 50% do que iriam gastar com uma ceia mais tradicional. Assim como eles, em um ano de queda na renda e o aumento dos juros, muitos pernambucanos também devem apostar numa ceia mais econômica. Mas, afinal, como enxugar o jantar do dia 24?
Para a professora de economia doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Fátima Macena, o primeiro passo para poupar na ceia é planejar. “Primeiro, faça as contas de quem vai participar e estipule seu cardápio. O que não pode faltar numa refeição equilibrada é uma proteína, conseguida através da carne, carboidrato. E aí vale o arroz com cenoura – que fica colorido e tem um custo baixo –, e vitaminas e sais, que são facilmente encontrados nas frutas, legumes e verduras”, explica. Segundo ela, essa deve ser a base para uma pesquisa de mercado. “Faça duas opções de cardápio e pesquise os preços. Vale buscar as feiras públicas, açougues, peixarias e na Ceasa, que costumam ter valores menores que o dos supermercados. O quanto antes você comprar, mais encontrará preços mais baixos.”
O economista Antonio Mario Pinto concorda e enfatiza que os pernambucanos devem investir em um “Natal Tropical”, uma vez que o modelo atual de ceia é semelhante ao norte-americano, país com outro clima e costumes. “Aqui, com esse calor, o ideal é pensar em um jantar mais leve e, porque não, mais criativo. Vamos tropicalizar. Ao invés de bolo, que é pesado, porque não mousse de manga? Fica mais barato e caí melhor com o verão”, completa.
Ele também aconselha às famílias a optarem por compras fracionadas, o que reduz a chance de desperdícios e diminuí os gastos. “Quer queijo do reino? Compra o pedaço, não precisa de um inteiro, já que o produto está caro. Isso vale para o bacalhau, por exemplo, que está com valores elevados. Ao invés de fazer dele um prato principal, faz um tira-gosto. É uma forma de ter os alimentos que você quer na ceia, sem gastar a mais.”
A dica será seguida na casa de Eulina e Maria de Fátima Macedo, mãe e filha que, por causa da crise, deverão inovar na ceia deste ano. “Vamos usar frutas como maçã, pera, abacaxi e uva tanto para as sobremesas como para decorar a mesa. Também diminuiremos as quantidades dos produtos mais caros, colocando opções mais baratas para completar. Assim, conseguiremos agradar a todos os gostos e, ainda assim, economizar”, finaliza Maria de Fátima.
Veículo: Jornal Diário de Pernambuco