BC agirá de modo contundente para domar inflação, diz diretor

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O Banco Central deve agir e responder "de forma contundente e tempestiva" para retomar o processo de ancoragem das expectativas de inflação, afirmou o diretor de assuntos internacionais da autoridade monetária, Tony Volpon.

A declaração, feita ontem, reforça a sinalização da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em breve.

"Assim sendo, um ajuste monetário eficiente vai contribuir para a retomada da economia. Hoje, o controle efetivo da inflação é uma condição necessária para a recuperação do crescimento econômico sustentável", disse Volpon em evento do JPMorgan Brazil e cujo discurso foi divulgado pelo próprio BC.

Na ata do Copom, o BC informou que tomará as "medidas necessárias" para controlar a escalada de preços independentemente da política fiscal e do cenário de incertezas, indicando que deve voltar a elevar os juros básicos em breve.

Na semana passada, quando o Copom manteve a Selic em 14,25%, Volpon foi um dos dois votos contrários à manutenção, optando pela alta em 0,5 ponto percentual.

Segundo o diretor, o comportamento da inflação nos últimos meses é preocupante. "A superação do nível de 10% ao ano [pelo IPCA] tem uma carga simbólica que não deveríamos ignorar, potencialmente incentivando um comportamento mais defensivo via indexação por parte dos agentes econômicos", disse.

E acrescentou: "Venho aqui rechaçar, veementemente, qualquer hipótese de perda de eficácia da política monetária e de uma suposta falta de disposição do Banco Central em cumprir sua missão primordial de assegurar a estabilidade do poder de compra da nossa moeda".

Boa parte dos analistas já passou a contar que a Selic será elevada novamente em janeiro, quando o Copom se reúne novamente. No mercado futuro de juros, as apostas indicam que o aumento será de 0,5 ponto percentual.

Na ata

A ata do Copom, divulgada ontem de manhã, reforçou que o foco da meta de inflação foi jogado pelo Banco Central para 2017, conforme já admitido pelo diretor de Política Econômica da instituição, Altamir Lopes. Agora, o comitê afirma que o objetivo é a convergência da inflação para a meta de 4,5% em 2017.

Na ata anterior, o colegiado mantinha a avaliação de que as decisões futuras do Copom seriam tomadas para assegurar a convergência da inflação à meta no horizonte relevante para a política monetária.

O Copom reiterou que a demanda agregada continuará a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária. O colegiado manteve a avaliação de que o consumo das famílias tende a ser influenciado por fatores como emprego, renda e crédito; enquanto a concessão de serviços públicos e a ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a favorecer os investimentos. A ata repete que, por sua vez, as exportações líquidas apresentam melhor resultado.

 



Veículo: Jornal DCI


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