Crise é oportunidade para abrir negócio, defendem empreendedores

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A atual retração da economia não é empecilho para abrir um negócio de sucesso no Brasil, defenderam especialistas em empreendedorismo reunidos neste sábado (5) durante o Menos 30 Fest, evento organizado pela plataforma de relacionamento da Globo com o público jovem, em São Paulo.

Para Gilberto Sarfati, pós-doutor em estratégia empresarial pela FGV, ao contrário do que se imagina, crise "combina com empreendedorismo". “Vimos no mundo inteiro que o momento de crise não afeta a atividade empreendedora. Isso é um fato. Quanto tem crise não há menos empreendedores”, disse ele ao G1.

Fundador da GVentures, primeira aceleradora universitária non equity do Brasil, Sarfati defende que um empreendedor que aproveitar o momento de crise “tem grande chance de surfar no momento seguinte, de alta da economia”.

Papel do fracasso
A uma plateia de jovens interessados em empreender, os participantes do Menos 30 Fest também apontaram o fracasso como catalizador para novas oportunidades de negócio e a importância da capacitação antes de abrir uma empresa.

Antes de criar a plataforma de vídeo Netshow.me, o empreendedor Rafael Bonatti viu sua primeira empresa falir em oito meses, mas não desanimou. “A empresa fornecia resumos para alunos das faculdades e dava descontos em estabelecimentos, mas faltava sintonia entre os sócios”, conta.

Isso motivou Bonatti a evitar os erros passados na nova experiência, que deu certo. Para o empreendedor, saber lidar com a frustração é até mais importante do que as qualidades mais apontadas neste perfil, como proativo e inovador.

“Cabe a ele assumir o que deu errado e quais as outras opções disponíveis”, diz o empreendedor, acrescentando que, no Vale do Silício, berço das empresas de tecnologia, os investidores levam em conta o número de vezes que o empreendedor falhou ao avaliar sua ideia.

Na opinião de Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor, é preciso quebrar o estigma sobre o empreendedor que quebra. “Em países desenvolvidos, quem quebra e abre um novo negócio tem maior probabilidade de ter sucesso, por isso é importante uma maior aceitação social do fracasso”. Ele observa que muitos empreendedores de sucesso quebraram três ou quatro vezes antes de emplacar.

 Seabra destaca que, apesar das dificuldades, o ambiente para empreender melhorou muito nos últimos 15 anos. “Hoje há muitos fundos, aceleradoras e entidades a serviço do ambiente empreendedor. Existe uma massa de gente muito maior querendo empreender, muito mais gente com experiência para orientar”.

Empreendedorismo feminino
Durante o evento, o papel do empreendedorismo das mulheres foi o centro do debate, com a participação de Camila Achutti e Mariana Vasconcelos, criadoras das startups Mulheres na Computação e Agrosmart, respectivamente.

Engajada na luta pela igualdade de gêneros no mercado de TI, Camila falou sobre a dificuldade em atuar como empresária em um setor ainda dominado pelo público masculino. "Ainda existe esse estereótipo de que o modelo de sucesso em TI tem que ser um menino, branco, do Vale do Silício, que aprendeu programação com cinco anos de idade", diz.

Mariana, que aos 24 anos comanda uma empresa com 10 funcionários, oito deles homens, conta ao G1 que o fato de ser mulher não gera problemas em sua equipe, mas pondera que sente dificuldades quando vai representar a empresa.

"Tem o confrontamento, quando a gente recebe um reconhecimento eles atribuem ao fato de ser mulher e não porque a gente é competente. Tem um pouco disso, mas dentro da minha empresa a gente não tem esse problema", conta a empreendedora.

 



Veículo: Portal G1


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