Diante das persistentes pressões inflacionárias e das sinalizações do Banco Central (BC) de que pretende voltar a elevar os juros básicos em breve, economistas passaram a esperar nova alta nos juros básicos, a Selic, em 2016, com o primeiro movimento em março.
Pesquisa Focus do BC divulgada ontem mostrou que a projeção para a Selic no ano que vem agora é de 14,63% na mediana das expectativas. Na semana passada, a projeção era de que a taxa permanecesse nos atuais 14,25%.
A primeira alta da taxa de juros acontecerá em março, de 0,50 ponto percentual, segundo o cenário traçado na pesquisa, com outras duas de 0,25 ponto percentual cada em seguida, o que levaria a Selic a 15,25%. Segundo o levantamento, a taxa básica voltaria a cair a partir de setembro.
Com o próprio BC piorando suas estimativas para a inflação e adotando retórica cada vez mais dura, o mercado de DIs já vinha precificando pelo menos três aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa a partir de janeiro.
Mesmo com a expectativa de aperto monetário, as estimativas para a inflação não arrefecem. A projeção para a alta do IPCA no fim de 2016 agora é de 6,80%, 0,10 ponto percentual maior do que o registrado na semana anterior.
Para 2015, a estimativa passou a 10,61%, contra 10,44%. Nos dois anos, a inflação estouraria o teto da meta, que é de 4,5% pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em novembro, a inflação oficial superou dois dígitos pela primeira vez em 12 anos, chegando a 10,48% no acumulado em 12 meses.
As perspectivas de inflação permanecem elevadas mesmo diante do cenário de deterioração da economia. Para este ano a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) agora é de contração de 3,62%, contra queda de 3,50% na pesquisa Focus anterior.
Para 2016 é esperada retração de 2,67%, contra recuo de 2,31% antes, com forte piora do desempenho da produção industrial. A perspectiva para o setor no ano que vem é de uma queda de 3,45%, contra recuo de 2,40% antes.
Indicadores
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 11,04% para 10,99%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada de 10,80% para 10,81%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 10,77% para 10,85%, este ano.
Veículo: Jornal DCI