O brasileiro iniciou o ano pessimista com a economia e com a política. Dois levantamentos feitos pela Ideia Inteligência, em parceria com o Brazil Institute do Wilson Center, cada um com mais de 20 mil entrevistas, mostra que, no geral, 40% das pessoas esperam um 2016 pior que o ano que se encerrou, contra 35% que estão otimistas e 20% que esperam um “ano igual”. A apresentação dos dados ocorreu na manhã da sexta-feira em Washington, no evento “Perspectivas de desafios do Brasil em 2016”, no Wilson Center.
Somente na vida pessoal há um pouco de otimismo - 65% esperam um ano melhor. Na economia, 70% esperam 2016 pior que 2015, contra somente 10% que esperam melhoras e 15% que acreditam que não haverá mudanças.
O levantamento, feito por telefone com moradores de 132 cidades entre os dias 20 e 27 de dezembro, mostra valores quase idênticos para a expectativa da política: 68% dos brasileiros pesquisados esperam um ano pior, 8% um ano melhor e 17% acreditam que 2016 será igual ao ano que se encerrou. Para 80%, a presidente Dilma Rousseff não tem capacidade para fazer a vida das pessoas melhorarem em 2016, contra 16% que confiam na capacidade dela.
Mudança - O segundo levantamento foi feito entre os dias 3 e 6 de janeiro, com 20.005 entrevistas por telefone com moradores de 128 cidades brasileiras. O objetivo era analisar a mudança no comando da economia.
A pesquisa mostra que 58% não sabiam indicar o nome do ministro da Fazenda. O novo titular da pasta, Nelson Barbosa, foi apontado por 20% dos entrevistados, percentual próximo dos 16% que indicaram o nome de seu antecessor, Joaquim Levy, que deixara o governo semanas antes. Seis por cento dos entrevistados ainda indicavam o nome de Guido Mantega como ministro.
Entre os que identificaram Barbosa como ministro, 62% acreditam que a economia vai piorar em sua gestão, contra apenas 10% estão otimistas com ele e 28% não sabem opinar. Quarenta e seis por cento dos brasileiros acreditam que o Brasil não precisará de apoio do FMI para sair da crise, situação de empate com os 45% que acreditam que o país terá de recorrer ao Fundo. Desta parcela, 76% esperam que a economia piore se o país voltar ao FMI.
O levantamento mostra ainda que 65% discordam que a Operação Lava Jato pode colocar em risco a recuperação econômica e 88% não aceitariam o fim das investigações sobre corrupção mesmo que isso indicasse recuperação econômica.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG