Apesar do discurso orquestrado no Banco Central (BC) na semana passada para enfatizar que a instituição não vislumbra queda da taxa básica de juros para levar a inflação para o centro da meta em 2017, analistas do mercado financeiro acreditam que o BC terá mais espaço para cortar a Selic no ano que vem. De acordo com a abertura do Relatório de Mercado Focus, a primeira queda da taxa básica de juros, dos atuais 14,25% ao ano para 14,00% aa, ocorrerá em janeiro de 2017. Em fevereiro, no entanto, a dúvida expressada pela taxa anterior de 13,88% agora está em 13,75%.
Já para março, no lugar do nível de 13,75% visto na semana passada, agora está a previsão de 13,38%. Para abril, a estimativa de Selic a 13,50% foi substituída pelo porcentual de 13,25%. No caso de maio, a redução foi de 13,13% para 13,00%.
Para junho e julho, as previsões foram mantidas em 13,00% e, para agosto, passou de 13,00% para 12,88% ao ano - último dado disponível na abertura mensal das expectativas para a Selic. Como o calendário das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) ainda não foi divulgado, a coleta leva em conta todos os meses de 2017.
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que não haveria espaço para distensão da Selic. De forma mais clara, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, disse, em Fortaleza, que o quadro da instituição não leva em conta a queda da Selic.
O posicionamento foi reforçado pela apresentação do diretor, com a seguinte frase: a convergência da inflação para a meta de 4,5% em 2017 não contempla reduções da taxa básica de juros, neste momento em 14,25% ao ano.
Veículo: Jornal Estado de Minas - MG