A atividade econômica brasileira medida pela Serasa Experian caiu 3,8% em 2015, a retração mais intensa desde 1990, quando o recuo foi de 4,35%. Na análise mensal, o indicador repetiu em dezembro o declínio de 0,6% registrado em novembro, já descontados os efeitos sazonais.
Para os economistas da instituição, “a recessão econômica do ano passado foi causada pelo aumento das taxas de juros, da inflação e do desemprego bem como pela deterioração contínua dos níveis de confiança de consumidores e empresários”, afirmam em nota.
Sob a ótica da oferta, a maior contribuição para o resultado negativo do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica, conhecido como PIB Mensal, partiu da indústria, que teve um desempenho 6,6% inferior ao de 2014. Os serviços também ficaram no campo negativo, em 2,3%.
Apenas a agropecuária avançou no ano passado, ao subir 0,5% em relação ao ano anterior. Na comparação de dezembro de 2015 com o mesmo mês de 2014, a indústria caiu 10,4%, os serviços recuaram 3,6% e a agropecuária teve declínio de 7,2%. Em relação a novembro, já descontados os efeitos sazonais, as retrações foram de 1,1% no setor industrial e de 0,8% entre os prestadores de serviços. Já a agropecuária avançou 1,5% na margem.
Pelo lado da demanda, o tombo mais intenso ao longo de 2015 se deu nos investimentos. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve queda de 14,9%. No ano passado, o consumo das famílias encolheu 3,8%, enquanto o do governo foi 0,4% menor que o de 2014.
Exportações - As únicas contribuições positivas para a atividade econômica em 2015 vêm do setor externo: as exportações cresceram 5,9% e as importações, que entram no cálculo com sinal invertido, caíram 14,3%.
Nos resultados de dezembro de 2015, o nível de investimento foi 23,4% inferior ao registrado no mesmo mês de 2014. Já o consumo das famílias teve queda de 6,2% e o do governo, de 0,3%. As exportações avançaram 16,1%, enquanto as importações caíram 27,0% na mesma base comparativa.
Já na comparação com novembro, na série livres de efeitos sazonais, os investimentos (FBCF) tiveram queda de 5,8% e o consumo das famílias caiu 0,7%. O consumo do governo permaneceu estável nesta base comparativa. Na margem, as exportações cresceram 5,7% e as importações caíram 10,6%.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG