Os empresários do setor de supermercados não demonstram perspectiva de melhora. Ao todo, 72% dos empresários do setor estão pessimistas com o momento atual e não acreditam em melhora nos próximos meses. E a solução para melhora não muda a perspectiva, que é o ajuste fiscal, e deve afetar ainda mais o setor.
Pesquisa de Confiança dos Supermercados da Associação Paulistas de Supermercados (Apas) indica que esse é o pior nível desde que o levantamento começou a ser feito mensalmente, em 2011.
O estudo leva em consideração inflação, Produto Interno Bruto, juros, emprego e vendas, e apontou para baixo em todos os quesitos, sem nenhum grau de otimismo em relação à percepção atual ou para o futuro.
O número reflete a queda de 4,3% nas atividades do varejo em 2015, apresentado pelo IBGE, na terça-feira, 16. Essa foi a maior retração desde 2001, sendo que o comércio de alimentos e de supermercados é um dos fatores de maior peso, e tiveram queda de 2,5% nas vendas. O recuo para os supermercados só não foi maior do que em 2003 (-4,9%).
“Todos os fatores que inibem o consumo das famílias têm um impacto direto no volume de vendas. É uma combinação de enfraquecimento do mercado de trabalho, com a redução da renda real, a confiança do consumidor, a pressão inflacionária”, explica a pesquisadora do IBGE, Isabella Nunes.
Realidade bem distante de 2014. Naquele ano, por exemplo, duas redes de supermercados e atacados investiram mais de R$ 50 milhões na expansão de investimentos em Ribeirão Preto.
O gerente de Economia e Pesquisa da Apas, Rodrigo Mariano, revela que nenhum empresário ouvido pelos pesquisadores acreditam em recuperação nos próximos seis meses, e por isso botam a culpa no momento econômico e político.
Para Mariano, isso se reflete o baixo dinamismo das vendas do setor supermercadista, que, apesar de ser um dos últimos setores afetados pela crise, tem sentido os reflexos de maneira expressiva, e os motivos são a diminuição da frequência dos consumidores.
E nem mesmo a expectativa de queda da inflação no preço de alimentos anima, já que o economista acredita que isso se dará pela diminuição da demanda, e não por medidas de contenção dela.
Para o economista o remédio para a crise economia é amargo, que é o ajuste fiscal. ‘”Isso tem afetado o setor supermercadista, impactando negativamente as vendas. Este é o preço que os empresários e os consumidores pagarão pelos anos de má condução da política econômica do país até então", finaliza.
Veículo: Site Revide