Os brasileiros sabem, e já faz tempo, que ficaram mais pobres. Na semana passada, descobriram quanto, com a queda de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015. O que muitos se perguntam agora, na academia, nas empresas e nas ruas, é o que fazer para interromper a queda e retomar o crescimento.
“Mesmo que ficássemos no nível atual, depois de uma redução tão grande, já seria muito ruim. E a perspectiva é de nova queda neste ano”, afirma o economista João Saboia, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A expectativa média do mercado é de queda de 3,45% do PIB de 2016 (leia texto ao lado), mas não falta quem aposte em algo bem pior. A não ser em períodos remotos do início da República, o país nunca passou por um trauma econômico dessa ordem.
As soluções para o país passam obrigatoriamente pela melhora da produtividade, o que depende de melhor infraestrutura, regras mais amigáveis aos negócios e maior eficiência nas fábricas e nos serviços. O problema é que o governo não consegue mais dar conta de suas obrigações nesse sentido. E é difícil conseguir que as empresas façam o que lhes cabe, apostando no país.
“Não é possível contar com investimentos públicos na situação em que o país está. Precisamos de investimentos privados. Mas os empresários não vão se mexer enquanto não enxergarem perspectivas de melhora da economia”, comenta Saboia.
Veículo: Jornal Correio Braziliense - DF