Especialistas consultados pelo Banco Central projetam contração de 3,88% neste ano.
A pesquisa semanal do Banco Central com economistas e instituições financeiras voltou a mostrar contração maior da atividade econômica neste ano e alívio na inflação em 2017, de acordo com dados divulgados ontem. Segundo o boletim Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 3,88% neste ano, enquanto na semana passada a estimativa era de queda de 3,86%. Quatro semanas antes, o mercado via contração de 3,80% da atividade econômica em 2016. Para o próximo ano, a perspectiva de crescimento foi mantida em 0,50%.
Já a mediana das expectativas para a produção industrial de 2016 na Focus foi revisada de -5,95% na última semana para -5,85% - um mês antes estava em -5,80%. Para 2017, ficou mantida a previsão de um crescimento de 0,74%. Há quatro semanas, estava em 0,69%.
No caso da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2016, a projeção dos analistas passou de 41,40% para 42,00% no documento divulgado há pouco - quatro edições antes estava em 41,40%. Para 2017, a taxa passou de 46,65% para 47,00% - um mês antes estava em 46,35%.
Na sexta-feira (13), IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central, mostrou que a atividade econômica do país recuou 1,44% no primeiro trimestre do ano. Em março, a queda foi de 0,36% em relação a fevereiro, enquanto na comparação com o mesmo mês de 2015 o recuo foi de 6,64%. Em 12 meses, o índice cai 5,11%.
Inflação - Na primeira semana com dados coletados no mercado já sob a gestão Michel Temer, a mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016 ficou estável no Relatório de Mercado Focus. A taxa está em 7,00%, mesmo valor projetado na pesquisa divulgada na semana passada, ainda abaixo dos 7,08% de quatro semanas atrás.
O foco do Banco Central para alcançar a meta de inflação de 4,5% não é mais 2016, mas sim 2017. No caso do ano que vem, a mediana caiu de 5,62% para 5,50%. Há quatro semanas estava em 5,93%.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para maio teve uma leve alta, de 0,52% para 0,55% de uma semana para outra, ante taxa de 0,50% verificada há um mês. No caso de junho, a taxa foi de 0,34% para 0,31%. Quatro semanas atrás estava em 0,35%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 6,15% para 6,09% - quatro edições atrás estavam em 6,38%.
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2016 foram mantidas no Relatório de Mercado Focus. A mediana das expectativas para este ano ficou em 7,00%, mesmo valor da semana passada. Estava em 7,20% há quatro semanas.
O Banco Central conta com uma forte desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016. Para 2017, a mediana das estimativas para os preços administrados permaneceu em 5,50% - há quatro semanas estava em 5,70%.
Em relação ao câmbio, a projeção para o dólar no final deste ano foi mantida em R$ 3,70 e permaneceu em R$ 3,90 em 2017.
Já a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) também foi mantida em 13% neste ano e cortada de 11,75% para 11,50% no próximo.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG