Há 17 anos, governo criou metas de inflação. Em 2015, inflação rompeu o teto da meta e fechou acima dos 10%.
Num momento como o que o Brasil está vivendo na economia, cresce muito o interesse pela atuação do Banco Central porque decisões tomadas lá são fundamentais para a saúde do real e para avida financeira do país todo.
Cada um tem na ponta da língua os aborrecimentos que tiram o sono: “Inflação, é a inflação”; “O desemprego, com certeza”; “O desemprego e o juro alto, e a inflação".
Boa parte desses problemas que preocupam a gente nesse momento de crise passam por um mesmo endereço: o Banco Central. Além de regular o funcionamento dos bancos no país, ele é o guardião da moeda. O Banco Central é o responsável pela estabilidade dos preços e essa estabilidade é fundamental para a economia crescer e os empregos voltarem.
Para ajudar a manter os preços comportados, o governo criou há 17 anos um sistema chamado de metas de inflação. Desde 2006, o centro da meta é de 4,5%, podendo flutuar dois pontos para mais ou para menos.
2009 foi o último ano em que o governo conseguiu atingir o centro da meta. Nos cinco anos seguintes, a inflação fechou acima do alvo, apesar de ainda dentro do previsto. Mas, em 2015, rompeu o teto da meta e fechou acima dos 10%.
“O resultado é que quanto menos você se compromete com o centro da meta, menos a economia cresce e mais alta é a inflação”, explica o economista banco Votorantim Roberto Padovani.
E para conter a inflação, uma das armas do Banco Central é subir a taxa de juros, que praticamente dobrou em três anos. Mesmo assim, a previsão é que a inflação termine 2016 mais uma vez acima do teto da meta.
“As pessoas acreditam que no futuro a inflação continuará acima da meta. Os lojistas, os prestadores de serviços, os supermercados, todos fazem a remarcação de preços considerando essa expectativa, essa informação”, Samuel Pessoa, professor da FGV
A luta contra a inflação não pode ser só do Banco Central, lembra o economista. Os gastos públicos também fazem os preços subirem e ele diz: se não houver corte de despesas do governo, a inflação não cai.
“Com nova equipe, vem credibilidade maior. O que se espera é que, trocando os atores, as pessoas olhem para esses novos atores e digam: acho que a inflação vai convergir para a meta mais rápido”, disse Samuel Pessoa.
Veículo: Portal G1