A variação foi negativa de 0,32 ponto em relação ao mês anterior
A inflação de Belo Horizonte aumentou em 0,9% em maio, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de um a cinco salários mínimos. Os dados foram divulgados na sexta-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O percentual teve variação negativa de 0,32 ponto em relação ao mês anterior, quando o índice foi de 0,58%. No acumulado do ano, a variação chegou a 5,6% e, nos últimos 12 meses, 11,62%.
De acordo com a coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do Ipead, Thayze Martins, os resultados são preocupantes. Conforme ela, ao realizar alguns cálculos é possível perceber que para encerrar o exercício com percentual abaixo do teto da meta de 6,5%, os próximos meses teriam que registrar inflação média de 0,3%.
“Isso vai ser bem difícil. Primeiro porque, tradicionalmente, com o avançar do ano, a inflação vai aumentando. Segundo, porque o exercício tem se mostrado atípico desde o primeiro mês. Assim, provavelmente, teremos um 2016 muito semelhante a 2015 no que se refere à inflação”, explica.
Segundo o levantamento da Ipead/UFMG, dentre os 11 itens que compõem o índice, os maiores destaques do mês foram observados em encargos e manutenção (2,77%), alimentos de elaboração primária (2,47%) e vestuário e complementos (2,31%).
Se considerado o acumulado dos cinco primeiros meses deste exercício, a categoria de alimentos in natura sofreu a maior elevação (21,15%) na comparação com a mesma época de 2015, seguido por artigos de residência (11,19%) e habitação (10,54%).
Além disso, quando considerados os resultados dos últimos 12 meses, em que a alta do IPCA chega a 11,62%, o maior incremento mais uma vez veio do grupo de alimentos in natura (34,28%). Encargos e manutenção teve alta de 22,72% e encargos e manutenção 20,91%.
Em função destes resultados e do próprio cenário econômico, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH) chegou a 32,32 pontos em maio e atingiu seu menor nível desde o início da série histórica, iniciada em 2004, permanecendo, mais uma vez, abaixo da fronteira que separa o otimismo do pessimismo (50 pontos).
Thayze Martins destaca que os itens com piores avaliações continuam sendo emprego (18,04 pontos), inflação (20,06) e situação financeira do País (22,14). A única categoria que apareceu acima da barreira, no otimismo, foi a da situação financeira da família (53,15 pontos).
Cesta básica - Depois de queda registrada em abril, o custo da cesta básica voltou a crescer no mês passado. O índice, que representa os gastos de um trabalhador adulto com alimentação, registrou crescimento de 1,21% na comparação com o mês anterior. No ano foi apurada alta de 5,47% e, no acumulado dos últimos 12 meses, aumento de 13,25%. O valor da cesta básica em abril foi de R$ 406,90, o que representou 46,24% do piso salarial do mês de R$ 880.
Treze itens compõem a cesta básica. Os maiores aumentos foram observados no preço da batata-inglesa (20,04%), feijão carioquinha (9,26%), tomate santa cruz (7,18%) e manteiga (4,69%).
Veículo: Diário do Comércio - MG