Volume de negócios teve redução de 3,98% em maio, aponta Sincovarp.
Cenário político desestimula investimento e consumo, diz economista.
Um dos carros-chefes da economia de Ribeirão Preto (SP), o comércio registrou em maio queda nas vendas pelo 18º mês consecutivo.
Mesmo com a procura do Dia das Mães, as lojas venderam 3,98% menos na comparação com o ano passado, diante de um cenário de instabilidade política que desestimula os investimentos e o consumo, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista da cidade (Sincovarp).
"Estamos com uma economia extremamente sensível. Tudo que acontece faz com que as pessoas fiquem receosas, não há um sentimento positivo. Qualquer notícia assusta todo mundo", afirma o economista responsável pelo estudo, Marcelo Bosi Rodrigues.
Baixa em tecidos e papelaria
A pesquisa, que se baseia em balanços informados periodicamente pelas empresas, mostra que os setores que mais sentiram baixa foram os de tecidos/enxoval e e livraria/papelaria, respectivamente com déficits de 12,20% e 8%.
Também ficaram em queda vestuário (-5,81%), eletrodomésticos (-5,44%), ótica (-3,72%) e cine/foto (-3,67%).
Por outro lado, operaram em alta os segmentos de móveis (2,4%), calçados (0,55) e presentes (0,16%).
O desempenho nas vendas repercutiu diretamente na dinâmica dos empregos do comércio. As áreas que mais perderam em negócios - vestuário, tecidos e papelaria - foram justamente as que mais demitiram no mês, apontou o Sincovarp. Rodrigues, no entanto, não vê uma área mais afetada.
Segundo ele, a baixa no comércio em Ribeirão é reflexo de perdas de outros setores produtivos.
"Houve um tempo em que a indústria sentiu o problema, mas o comércio ainda vendia itens importados, agora não está vendendo nada. (...) O comércio nosso atrai toda a região e toda região deu uma parada", avalia.
A expectativa, no entanto, é de que, para junho, a queda nas temperaturas melhore as margens de venda de setores como vestuário e calçados.
Veículo: Portal G1