São Paulo - A expectativa de temperaturas mais baixas para o inverno deste ano pode dar um fôlego para o setor de vestuário, tecidos e calçados. O segmento deve continuar apresentando forte retração nas vendas, mas a um nível menor do previsto.
Segundo estudo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), considerando o efeito clima a retração do setor ao final do inverno - no acumulado dos últimos 12 meses - deve ser 2,9 pontos percentuais menor do que o previsto anteriormente, no estado de São Paulo.
Ao término da estação - em meados de setembro - o segmento apresentaria uma retração média de 17,7%. Já quando é inserido o efeito clima, a projeção é de uma diminuição de cerca de 14,8%. "O frio é um elemento benéfico para o setor de vestuário, tecidos e calçados, porque ajuda a minimizar as quedas nas vendas, contribuindo para combater um pouco os efeitos da crise econômica", avaliou o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.
O executivo pondera, no entanto, que a temperatura por si só não é capaz de alterar o desempenho do varejo como um todo, que tem sofrido muito com a recessão. "A atual conjuntura ainda afeta muito o consumidor. O desemprego continua alto, a massa salarial está caindo e os juros seguem elevados. Todos esses fatores prejudicam bastante o varejo brasileiro", finaliza Burti.
Histórico de retração
O setor têxtil no Brasil tem sentido bastante esses efeitos e, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, do IBGE, vem apresentando retração nas vendas desde pelo menos o começo do ano passado.
No mês de abril deste ano a retração do segmento foi de 8,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos três primeiros meses deste ano essa contração foi ainda maior, na mesma base comparativa. Em março, a queda no volume de vendas foi de 15,3 %. Em fevereiro, o recuo foi de 11,5%, e no mês de janeiro, de 12,9%.
veículo: DCI