Feiras ilegais tiram R$ 583 mi por ano do varejo da região

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O varejo da região perde até R$ 583 milhões por ano em razão da realização de feiras ilegais, de acordo com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). O levantamento indica que esse tipo de evento clandestino movimenta cerca de R$ 16 milhões por dia de funcionamento, o que equivale ao faturamento diário do comércio formal dos setores de vestuário, tecidos, calçados, eletrodomésticos, eletrônicos, lojas de departamento, móveis e artigos de decoração.
 
Se as feiras clandestinas acontecerem uma vez por mês no Grande ABC, terão ganhos de R$ 194 milhões anuais. Como o estudo aponta que a frequência costuma ser de três vezes por mês em cada município, são R$ 583 milhões perdidos para o comércio ilegal.
 
O assessor econômico da FecomercioSP Vitor França explica que os prejuízos gerados pela clandestinidade não atingem somente os comerciantes formais. “A população perde três vezes: no impedimento da geração de postos de trabalho, na queda da arrecadação de impostos e na perda de direitos do consumidor, ao comprar itens sem garantia.”
 
Ocorrendo três vezes ao mês, as feiras impedem a criação de 2.600 empregos formais na região. Além disso, se os comerciantes ilegais fossem regularizados, parte dessa renda seria repassada aos cofres públicos como tributos, que giram entre 4% e 6,84% do faturamento. Assim, são perdidos de R$ 23,3 milhões a R$ 39,9 milhões na arrecadação.
 
Os números são ainda mais preocupantes em âmbito estadual. São perdidos de R$ 404 milhões a R$ 700 milhões na arrecadação, já que o comércio em feiras não regularizadas pode movimentar R$ 3,3 bilhões em São Paulo.
 
França explica que a força das feiras ilegais está na oferta de itens mais baratos do que os cobrados no mercado legal. “A carga tributária e o custo para manutenção de um negócio formal no Brasil são elevados. Como os comerciantes irregulares não têm custos com burocracia e funcionários, conseguem oferecer preços mais interessantes.” O assessor destaca que alguns dos itens vendidos nesses encontros podem ser frutos de crimes, como roubos, furtos e contrabando.
 
Para França, o combate às feiras clandestinas depende da atuação de três personagens. “É importante a população se conscientizar e saber que está comprando produtos de procedência duvidosa e provavelmente estimulando a criminalidade. Os órgãos públicos devem atuar na regulamentação e fiscalização e os comerciantes legalizados precisam se organizar e realizar com maior frequência grandes feirões de queima de estoque, atraindo mais clientes.”
 
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC


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