São Paulo - O otimismo marcou os mercados mundiais ontem, com as expectativas de que os bancos centrais lancem pacotes de estímulos monetários em breve. No Brasil, o Ibovespa subiu 1,62% e renovou a pontuação máxima em quase 14 meses. Foi a sétima alta consecutiva do índice. O dólar fechou em baixa, apesar de mais uma ação do Banco Central no câmbio.
Os investidores também repercutiram positivamente a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a presidência da Câmara. “Maia não deve dificultar a vida do presidente interino Michel Temer, e reconhece a necessidade do ajuste fiscal. A governabilidade, em nossa opinião, deve melhorar”, diz, em relatório, a equipe de análise da Guide Investimentos.
Impulsionado pelos papéis do setor financeiro e da Petrobras, o Ibovespa fechou em alta de 1,62%, aos 55.480,87 pontos. É a maior pontuação desde 19 de maio do ano passado (55.498,82 pontos). O giro financeiro foi de R$ 8,8 bilhões.
Segundo analistas, a alta da Bolsa nos últimos pregões também embute as expectativas de que a economia brasileira vai se recuperar. “A percepção do mercado é que, com a provável confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Temer terá mais condições de realizar as reformas necessárias e atrair investimentos ao País”, avalia Rodrigo Puga, sócio-gestor da Modalmais.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 2,84%; Bradesco PN, +4,12%; Banco do Brasil ON, +5,31%; Santander unit, +1,95%; e BM&FBovespa ON, +3,66%.
As ações da Petrobras ganharam 2,82%, a R$ 10,93 (PN), e 2,54%, a R$ 13,32, acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional.
Os papéis PNA da Vale perderam 2,47%, a R$ 13,82, enquanto os ON recuaram 2,63%, a R$ 17,35.
Além da queda do minério de ferro na China, os papéis da mineradora foram pressionados pela notícia de que o Ministério Público Federal abriu investigação para apurar se o atual presidente da Samarco, Roberto Carvalho, teria cometido crimes ambientais ao não cumprir plenamente exigências feitas pelo Ibama à mineradora. A Vale é sócia da Samarco ao lado da anglo-australiana BHP Billiton.
Outro fator foi a informação, dada ontem pela BHP, de que as operações da Samarco não devem ser retomadas esse ano. O reinício das operações só deve ocorrer após as aprovações regulatórias e com as condições de segurança garantidas.
Câmbio e Juros - A valorização do real ante o dólar aconteceu ontem, mesmo após o Banco Central ter realizado na parte da manhã o leilão de 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura da moeda americana, no montante de US$ 500 milhões.
O dólar à vista fechou em queda de 1,63%, a R$ 3,2314. O dólar comercial perdeu 0,45%, a R$ 3,2600.
Com o novo leilão de swap cambial reverso, o BC reduziu o estoque cambial tradicional (que corresponde à venda futura de dólares) para US$ 58,135 bilhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 ficou praticamente estável, passando de 13,855% na véspera para 13,860%. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 12,040% para 11,980%, no menor nível desde 30 de janeiro do ano passado (11,890%).
O CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, perdia 0,15%, aos 293,244 pontos, ainda no menor patamar desde 31 de julho de 2015 (292,665 pontos).
Veículo: Diário do Comércio de Minas