Atividade econômica volta a registrar queda em maio, apontam indicadores

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Por outro lado, especialista avalia que a tendência apontada pelos dados do trimestre até o quinto mês é de que a economia deve apresentar resultados melhores nos próximos meses deste ano


 
São Paulo - Indicadores mostram que em maio a atividade econômica voltou a apontar queda mais expressiva na comparação com o mês anterior. Mas especialistas avaliam que essa não deve ser a tendência até o final do ano.
 
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) - que serve como prévia do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - registrou retração de 0,51% no quinto mês de 2016, contra uma ligeira alta de 0,07% (estabilidade) em abril.
 
Por outro lado, na média trimestral móvel o resultado anunciado ontem observou a terceira alta consecutiva nos dados sem ajuste, ao avançar 0,66%, embora em ritmo menor do que nas divulgações anteriores (1,9% em abril e 1,08% em março).
 
De forma semelhante, mas com outra metodologia, o Monitor do PIB-FGV mostrou que, no acumulado em três meses encerrados em maio com o período imediatamente anterior, a retração da economia brasileira foi de 0,46%, a menor queda em cinco trimestres consecutivos. Na relação com o mesmo período de 2015, a retração foi de 4,5%, estabilidade ante a última divulgação. O estudo é divulgado pelo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre)
 
"O resultado trimestral mostra mais uma tendência do que o dado mensal [maio], porque é menos volátil. E o que se observa é que a atividade parou de cair. Alcançamos o fundo do poço. Ou seja, estes percentuais podem apontar para uma possível melhora, mas ainda lenta", afirma o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera.
 
Segundo o especialista, além disso, na comparação com o mesmo período em 2015, a taxa mensal de maio do PIB apresentou queda de 4,0%, mantendo-se estagnada há dois meses nesse patamar.
 
"A produção industrial melhorou [quedas menos significativas], assim como a importação de bens de capital [máquinas] voltou a crescer, o que leva a uma retomada dos investimentos", avalia.
 
Claudio Considera aponta ainda que no acumulado em 12 meses, também no caso do monitor, apresentou uma pequena melhora chegando a retrair 4,7% após 27 meses de pioras consecutivas. "Voltou a patamar de março, o que revela que o ritmo de retração da economia estagnou", analisa.
 
A previsão da FGV é de que o PIB termine este ano com queda de 3,5%. Desta forma, a expectativa é de que os resultados negativos dos próximos trimestres sejam menores.
 
Banco Central
 
No caso da divulgação do Banco Central, no acumulado deste ano, a retração do IBC-Br foi de 5,79%, pela série sem ajustes sazonais. Também pela série observada, é possível identificar um recuo de 5,43% nos 12 meses encerrados em maio.
 
Na comparação entre os meses de maio de 2016 e 2015, houve baixa de 4,92% também na série sem ajustes sazonais. A série observada encerrou com o IBC-Br em 133,14 pontos ante 135,66 de abril.
 
O índice registrou baixa de 0,97% no acumulado do trimestre de março a maio na comparação com o resultado dos três meses anteriores pela série ajustada do Banco Central. Já na comparação de março a maio com idêntico período de 2015, o resultado do índice foi de queda de 5,49% pela série observada.
 
E como de costume, o BC revisou dados do Índice de Atividade Econômica na margem na série com ajuste. Em abril, o IBC foi alterado de +0,03% para +0,07%. No caso de março, a revisão foi de -0,36% para -0,42%. O dado de fevereiro foi mantido em -0,30% e o de janeiro, de -0,65% para -0,69%. Em relação a dezembro do ano passado, a autoridade monetária substituiu a taxa de -0,19% pela de -0,21% e a de novembro, de -0,15% pela de -0,86%.
 
Em janeiro, o Banco Central promoveu uma revisão metodológica na apuração do IBC-Br para incorporar a estrutura de produtos e avanços metodológicos do Sistema de Contas Nacional, entre outros indicadores.
 
A atual previsão oficial do BC para a atividade doméstica deste ano é de queda de -3,3%, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação.
 
Também no Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) estava em -3,30%.
 
Primeiro trimestre
 
Nos primeiros três meses do ano, o PIB apresentou variação negativa de 0,3% na comparação entre o primeiro trimestre de 2016 e o quarto período de 2015, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. Foi o quinto resultado negativo consecutivo nesta base de comparação. Na comparação com igual período de 2015, houve contração do PIB de 5,4% oitava queda seguida nesse tipo de comparação.
 
Veículo: DCI


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