São Paulo - Após iniciar o pregão em queda, o Ibovespa encerrou ontem em alta de 0,63%, aos 54.598,28 pontos. É a maior pontuação desde 25 de maio do ano passado (54.609,25 pontos). Após ter atingido a máxima de R$ 3,31 durante a sessão, o dólar comercial terminou em baixa, no patamar de R$ 3,27, apesar do forte recuo do petróleo no mercado internacional e de mais uma ação do Banco Central no câmbio.
A melhora no mercado brasileiro ocorreu principalmente após a divulgação do Livro Bege do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), que indicou que há poucas pressões inflacionárias na economia americana. O documento reforçou a percepção do mercado de que uma alta dos juros americanos não deve ocorrer até o fim do ano.
Também há expectativas de que o Banco da Inglaterra (banco central britânico) anuncie a redução dos juros ainda hoje, o que deve estimular ainda mais a busca por ativos de risco. O Brasil, com altas taxas de juros, seguirá sendo um mercado atrativo diante do excesso de liquidez mundial.
O dólar comercial fechou em baixa de 0,69%, a R$ 3,2750. O dólar à vista, que encerra o pregão mais cedo, subiu 0,32%, a R$ 3,2850.
O Banco Central realizou ontem mais um leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões. Analistas repercutem também a entrevista do presidente do BC, Ilan Goldfajn, ao jornal britânico “Financial Times”, na qual afirma que pretende zerar o estoque de swap cambial tradicional (correspondente à venda futura de dólares), atualmente em US$ 58,635 bilhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,875% para 13,855%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 12,090% para 12,040%. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e outro indicador de percepção de risco, perdia 0,62%, aos 293,555 pontos. É o menor nível desde 31 de julho do ano passado (292,665 pontos).
Bolsa - Com o aumento do apetite por risco, o giro financeiro na Bolsa foi expressivo nesta quarta-feira, de R$ 8,8 bilhões.
A alta do principal índice da Bolsa paulista foi impulsionada pelos papéis de bancos, que se recuperaram da queda na véspera. Itaú Unibanco PN ganhou 2,06%; Bradesco PN, +2,21%; Banco do Brasil ON, +1,46%; Santander unit, +1,44%. Ainda no setor financeiro, BM&FBovespa ON subiu 2,24%.
Os papéis PNA da Vale ganharam 1,43%, a R$ 14,17, e os ON, +0,73%, a R$ 17,82, mesmo com a queda do minério de ferro na China. As ações da Petrobras perderam 0,18%, a R$ 10,63 (PN), e 2,25%, a R$ 12,99 (ON), seguindo o recuo do petróleo no mercado internacional.
Veículo: Jornal Diário do Comércio de Minas