São Paulo – Quase metade dos comerciantes e prestadores de serviços acreditam que o segundo semestre será melhor para a economia, segundo pesquisa do SPC Brasil e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com o levantamento, 47,9% dos empresários acreditam que o segundo semestre será melhor que o primeiro, enquanto 6,8% acreditam que será pior. No primeiro semestre, 39,5% acreditavam que haveria piora.
A pesquisa mostra que a principal medida tomada pelos empresários para se manterem no mercado em meio à crise é a contenção de despesas, adotada por 38% – percentual menor, no entanto, que o registrado em abril, de 45,1%. Em segundo e terceiro lugares aparecem a redução dos preços (17,3%) e a demissão de funcionários (10,1%). Segundo a pesquisa, 62,9% dos entrevistados tiveram que demitir funcionários no primeiro semestre. Para os próximos meses, no entanto, 84% afastam a possibilidade de demissões.
Para reforçar o otimismo dos comerciantes, a Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (Abinee) informou ontem que a produção da indústria nacional de eletroeletrônicos teve crescimento de 2,7% na passagem de junho para julho, com base em dados divulgados sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o presidente da Abinee, Humberto Barbato, o resultado indica uma tendência de recuperação, ainda que tímida, da produção.
“O desempenho certamente será melhor no segundo semestre do ano, embora não suficiente para que o setor termine 2016 com crescimento na produção industrial”, afirma o executivo. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as fábricas de eletroeletrônicos registraram desempenho negativo, com queda de 17,5% na comparação com igual período de 2015. O resultado de julho, o quinto mês consecutivo de alta na produção do setor, foi puxado pelo crescimento de 5,8% na fabricação de produtos eletrônicos, como equipamentos de comunicação e aparelhos de áudio. Na categoria de produtos elétricos, onde estão inseridos os eletrodomésticos – cujo desempenho foi negativo –, a alta foi mais modesta, de 0,6% em relação a junho.
Títulos protestados Apesar do otimismo dos lojistas, a quantidade de títulos protestados aumentou 51,6% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Boa Vista SCPC. No acumulado do ano, a alta foi de 27,9% e, em relação a julho, houve crescimento de 18,1%. O valor médio dos títulos protestados para o mês de agosto de 2016 foi de R$ 3.928, ainda de acordo com a pesquisa. Em 12 meses, o aumento foi de 27,4% no total.
Entre os títulos protestados das empresas, houve aumento de 33,2% em agosto frente ao mesmo mês de 2015. No acumulado do ano o crescimento foi de 9,1% e na comparação mensal o aumento foi de 21,9%. A região Sudeste contribuiu com a maior parcela dos títulos protestados, com 59%, seguida das regiões Sul (18,1%), Centro-Oeste (10,2%), Nordeste (8,4%) e Norte (4,3%).
Fonte: Jornal Estado de Minas