Vendas no varejo e produção industrial caem
Nova York - Os dados mornos de vendas no varejo, produção industrial e inflação ao produtor nos EUA apontaram para mais um obstáculo para o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) aumentar os juros no curto prazo, com as chances diminuindo ainda mais em setembro e caindo para abaixo de 50% em dezembro.
Após o primeiro aumento dos juros em dezembro desde 2006, mais um aumento não é provável em breve, principalmente se o crescimento dos Estados Unidos perder algum dinamismo.
De acordo com dados do CME Group baseados nas apostas dos investidores sobre os futuros dos Fed Funds, as chances de o Fed elevar os juros na reunião da próxima semana - nos dias 20 e 21 de setembro - caíram de 15% de quarta-feira para 12% após a divulgação dos dados. Já as chances de um aumento da taxa de juros na reunião de dezembro recuou de 53% para 46%.
Isso porque a produção industrial dos Estados Unidos caiu 0,4% em agosto ante julho, no cálculo com ajuste sazonal, segundo dados publicados ontem pelo Fed. O resultado veio aquém da expectativa de analistas, que previam declínio de 0,2%.
A taxa de utilização da capacidade instalada, uma medida da ociosidade na indústria, recuou 0,4 ponto porcentual em agosto, a 75,5%, também vindo abaixo da projeção do mercado, que era de 75,7%.
O dado mensal de produção industrial de julho foi revisado para baixo, de mais 0,7% para mais 0,6%. O uso da capacidade instalada em julho ficou inalterado, em 75,9%.
As vendas no varejo dos EUA também caíram, ficando 0,3% menores em agosto na comparação com julho, ao valor sazonalmente ajustado de US$ 456,32 bilhões, segundo dados publicados ontem pelo Departamento do Comércio. Analistas consultados previam queda menor, de 0,1%.
O recuo nas vendas de agosto foi o primeiro desde março. Em julho, o setor varejista dos EUA vendeu 0,1% mais do que no mês anterior, de acordo com revisão do indicador, que havia apontado estabilidade nas vendas originalmente.
Excluindo-se automóveis, as vendas no varejo recuaram 0,1% na comparação mensal de agosto, contrariando a projeção do mercado, que era de alta de 0,2%. No confronto anual, as vendas totais no varejo tiveram expansão de 1,9% em agosto.
Inflação - O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ficou estável em agosto na comparação com o mês anterior nos Estados Unidos, em um sinal de que a pressão inflacionária continua fraca. O PPI ficou inalterado após ajustes sazonais na comparação mensal de agosto, informou ontem o Departamento do Trabalho. Economistas previam alta de 0,1%.
A queda nos preços de alimentos e energia ajudou a conter o índice cheio. Excluindo-se alimentos e energia, o núcleo do PPI subiu 0,1% em agosto ante julho, como esperado pelos analistas.
Na comparação anual, o PPI ficou estável em agosto, após recuo de 0,2% no ano em julho. Excluindo-se alimentos, energia e serviços de comércio, houve alta de 1,2%.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas