O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse ontem que a meta de inflação brasileira, de 4,5%, é ambiciosa, mas realista. Ele ressaltou que há um debate mundial sobre o número adequado.
"Nas economias avançadas se discute se a meta não deveria ser de 3% ou 4%", afirmou, durante sua participação no Seminário "Jornadas Monetarias y Bancarias 2016", em Buenos Aires, capital da Argentina.
Goldfajn salientou que o mais importante é não colocar uma meta ousada que não possa ser alcançada, porque isso mina a credibilidade dos BCs. "Metas audazes não são eficientes se ninguém acreditar", reforçou.
Para este ano, ele acredita que a inflação termine em 7,3%. E citou o aumento indiscriminado dos gastos públicos, intervenção de preços e excesso de intervenção na economia como fatores que contribuíram para a recessão brasileira. "O mais importante do que está fazendo o governo é o teto de gastos", disse.
Câmbio
Com relação ao câmbio, mais cedo, e em evento no Brasil, o diretor de Política Monetária do BC, Reinaldo Le Grazie, comentou a autoridade brasileira está preparada para a normalização da política monetária em economias avançadas, ao se referir à reunião do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unido) - que pode subir os juros e desvalorizar o real frente ao dólar. Para o diretor, fazer intervenções pontuais que sirvam para corrigir distorções no câmbio são práticas saudáveis.
Fonte: DCI