Ceasa Minas apura queda na oferta

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Contenção do consumo provoca recuo de 6% no faturamento em setembro



A queda na oferta de produtos na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), unidade Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ao longo de setembro, levou a um faturamento estimado em R$ 411,89 milhões, retração de 6% ante agosto, quando a movimentação financeira alcançou R$ 439, 21 milhões.

A influência negativa veio dos setores de hortifrutigranjeiros, cuja oferta caiu 1,04%; de industrializados, com oferta 10% menor, e de cereais, com volume de produtos 11,5% inferior. A expectativa para os últimos meses do ano é de oferta maior e preços mais acessíveis para os consumidores.

De acordo com o chefe da Seção de Informação de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Martins, a oferta de produtos do principal grupo, dos hortifrutigranjeiros, alcançou em setembro 125,61 mil toneladas, o que representou queda de 1,04% em relação a agosto e redução de 3,9% em relação a setembro de 2015. O preço médio do quilo foi de R$ 2,01, queda de 3,8% no mês, e alta de 24,1% em relação a setembro do ano passado.
O faturamento do setor em setembro, R$ 253,05 milhões, caiu 4,77% frente aos R$ 265,7 milhões em agosto. Queda explicada pela redução da oferta, provocada pela entressafra de vários produtos, e do preço mais baixo.

“O setor de hortifrutigranjeiros vem apresentando uma sequência de queda. O ano começou com preços muito altos e agora vem reduzindo estes valores. Mesmo com diminuição de 3,8% no preço médio de setembro, o valor do quilo ainda está 24,1% maior quando comparado com igual mês do ano anterior. Isto impacta na demanda proveniente dos consumidores, principalmente pelo momento de crise econômica”, explicou Martins.

Dentre os produtos que compõem o grupo, a oferta de hortaliças (verduras e legumes) foi de 65,184 mil toneladas, queda de 2,3% no mês e praticamente estável em relação ao ano passado, com queda de apenas 0,6%. O preço médio, R$ 1,69 por quilo, representa uma diminuição de 8,6% em relação a agosto e alta de 15,8% no ano.

No período, importantes produtos tiveram os preços reduzidos. Foi o caso da batata, por exemplo, cujo quilo foi negociado, em média, a R$ 1,43, queda de 28,1% em relação a agosto. O quilo do repolho foi comercializado a R$ 0,32 em setembro, valor 25,6% inferior frente a agosto. Já o quilo da cebola custou, em média, R$ 0,90, redução de 10% em relação a agosto e de 65% frente ao mesmo mês do ano passado.

“Em 2014, o preço pago pela cebola foi muito baixo, o que desestimulou o plantio em 2015, quando os preços ficaram bem elevados. Com isso, os produtores foram estimulados e investiram no aumento da área, fazendo com que a oferta ficasse maior que a demanda e provocando a queda nos preços”, explicou Martins.

Alguns produtos ficaram mais caros, como o tomate, que apresentou alta de 5,2% no mês e de 86,6% no ano. O chuchu foi comercializado a R$ 0,99 em setembro, alta de 16,5% no mês e de 37,5% no ano. A mandioca custou R$ 0,77 o quilo, alta de 6,9% no mês e de 42,6% no ano.


Ovos -  A oferta de ovos na Ceasa Minas somou 5,45 mil toneladas, redução de 6,9% na comparação com agosto e alta de 10,4% no ano. A dúzia custou, em media, R$ 3,18, redução de 4,5% no mês e alta de 36,4% em relação a setembro de 2015. A alta se deve ao custo elevado do milho, um importante insumo para as granjas.

A oferta de industrializados no Ceasa Minas somou 47,12 mil toneladas, queda de 10% no mês e de 11% na comparação com setembro de 2015. O preço médio dos produtos ficou em R$ 3,11, alta de 2,3% no mês e de 20,5% no ano. A queda na oferta impactou no faturamento, que somou R$ 146,59 milhões, ante o valor de R$ 159,4 milhões registrados em agosto, retração de 8%.

Cereais - Com faturamento 12,8% menor em setembro, de R$ 12,25 milhões, a oferta de cereais somou 3,66 mil toneladas, redução de 11,5% no mês e 24,9% de queda no ano. O preço médio, R$ 3,34 por quilo, recuou 1,8% no mês, mas manteve alta de 95,3% em relação a setembro de 2015. O incremento em relação ao ano passado se deve aos preços valorizados do milho e do feijão.

No caso do milho, o quilo do produto foi vendido a R$ 0,59 em setembro de 2015 e agora a R$ 0,97, alta de 64,4%. Em relação a setembro de 2015, a alta acumulada nos preços do feijão é de 107,2%, com o quilo avaliado em R$ 6,6.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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