Setembro foi um mês de alívio para os rio-pretenses. A inflação da cidade fechou com queda de 0,305%, o segundo melhor resultado para o mês na história da pesquisa, atrás apenas de setembro de 2009, quando houve uma deflação de 0,401%. Com o resultado, Rio Preto tem uma inflação acumulada de 3,733% nos nove primeiros meses deste ano e de 5,416% nos últimos 12 meses, começando em outubro de 2015. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor de Rio Preto (IPC-RP), calculados pela Prefeitura Municipal em parceria com as Faculdades Integradas Dom Pedro 2º e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O levantamento é feito para a faixa de renda familiar entre 1 e 30 salários mínimos levando em consideração uma amostra total de aproximadamente 20 mil cotações de preços. Segundo o economista coordenador da pesquisa, Bruno Sbrogio, o resultado é a prova de que a inflação vem perdendo sua força durante o ano de 2016. “Tivemos um ano bem mais contido na comparação com 2015, que foi um momento de altas constantes. Estamos muito mais comportados”, disse.
Entretanto, nem todos os resultados são motivos para comemoração. “Tivemos uma adequação dos preços, mas também tivemos um agravamento na situação econômica de Rio Preto, que teve uma piora muito grande durante este ano”, explica Bruno. O grupo que mais contribuiu para a deflação em setembro foi a alimentação, que fechou o período com uma redução de 0,675%, a maior queda registrada em todo o ano de 2016. Como esse é o grupo com o maior peso na inflação, responsável por 33,66% do todo, a baixa nos preços dos alimentos impacta consideravelmente no resultado final do índice.
“A alimentação foi a grande vilã de 2015, mas desde que começou 2016, ela vem em decrescente. Os preços dos alimentos ainda não baixaram muito e nem encontraram seu patamar adequado, mas estão oscilando em busca de um novo nível, de um patamar em que eles possam se assentar”, afirma o economista. A queda em setembro, de acordo com o economista, está ligada a fatores como a estabilização do clima, que influenciam consideravelmente na cotação dos alimentos, e a queda da demanda. “Infelizmente, a situação ficou tão ruim que até a alimentação teve que passar por uma adequação, mostrando a redução do poder de renda das pessoas.
Ainda bem que o consumidor fez bem sua lição de casa e aprendeu a lidar com a transição, trocando marcas, investindo em bens substitutos, etc.” A segunda maior queda do mês ficou com o grupo transporte, com uma variação de -0,074%, seguida por saúde (-0,030%). O quesito ‘despesas pessoais’ ficou praticamente estável, com uma variação de -0,001%. Entre as altas do mês, a maior variação ficou com o grupo de vestuário, com 0,268%, seguida por habitação (0,181%) e educação (0,026%).
Para os próximos meses, Bruno não acredita em novas altas consideráveis e vê a inflação do ano de 2016 fechando bem próxima ao centro da meta, que é de 4,5%. “Ainda está bem instável, subindo e descendo, mas não vejo motivos para acreditar em uma alta considerável em nenhum dos próximos meses até o fim do ano, mesmo com décimo terceiro e datas comemorativas chegando”, diz.
Terceira idade
A inflação específica para a terceira idade teve um resultado ainda mais animador em setembro, com uma queda de 0,565%, motivada principalmente pelo peso que os alimentos têm para essa parcela da população, garante o economista Bruno Sbrogio.
Fonte: Jornal Diário da Região - São José do Rio Preto