O mercado financeiro piorou suas expectativas para a economia brasileira neste ano. O relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), mostra que os analistas consultados esperam retração de 3,19%.
Na semana passada, a previsão era de diminuição de 3,15%. Há um mês, a perspectiva era também de recuo de 3,15%.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com estimativa de PIB positivo. O mercado continuou prevendo para o País um crescimento de 1,30% no próximo ano, mesmo valor projetado há um mês.
No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 0,6%, ante o primeiro trimestre do ano, e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de -4,6% e em 12 meses, -4,9%.
No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o Banco Central atualizou suas projeções para o PIB. No caso de 2016, foi mantida a expectativa de recuo de 3,3%. Para 2017, a projeção é de alta de 1,3%.
Selic e inflação
Os economistas do mercado financeiro intensificaram as apostas de que o Banco Central iniciará o ciclo de cortes da Selic (a taxa básica de juros), possivelmente amanhã.
O Focus desta segunda-feira aponta que a mediana das projeções para a Selic no fim de 2016 caiu de 13,75% ao ano para 13,50% ao ano. Na prática, se confirmado, isso significará corte de 0,75 ponto percentual da taxa básica, atualmente em 14,25% ao ano. Para o fim de 2017, a projeção permaneceu em 11,00% ao ano.
A abertura dos dados do relatório mostra que os economistas projetam início do corte da Selic amanhã. A expectativa é de que ela caia 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. E um corte maior da taxa, de 0,50 ponto percentual, no encontro de novembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Ao mesmo tempo, no caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o indicador oficial de inflação - para este ano passou de 7,04% para 7,01%. Já o índice para o ano que vem foi de 5,06% para 5,04%.
No início deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma inflação de apenas 0,08% em setembro, abaixo do esperado pelo mercado financeiro (entre 0 10% e 0,23%) e da taxa de agosto (0,44%). Em especial, houve deflação dos alimentos, de 0,29%, algo que não ocorria desde agosto do ano passado.
Fonte: DCI