Lojistas preveem queda de 1,8% nas vendas do Natal e vão investir pouco

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Desânimo dos comerciantes brasileiros em relação ao final do ano fará com que apenas um terço deles faça investimento focado na data comemorativa e que só 13,9% façam novas contratações

 
São Paulo - A previsão média dos comerciantes brasileiros para as vendas do final deste ano é de que elas sejam 1,8% menores, na comparação com o mesmo período de 2015. Essa percepção fará com que a maioria deles evite novas contratações e faça poucos investimentos focados no Natal.
 
É o que aponta pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Segundo o levantamento, somente três em cada dez (27,9%) comerciantes pretendem investir em seus estabelecimentos para o período natalino. No ano passado esse percentual era de 32,8%. Já os que garantem que não farão nenhum investimento para a data comemorativa somam 65,4%.
 
Na mesma linha, a intenção de realizar novas contratações, incluindo mão de obra temporária, também é baixa, e apenas 13,9% disseram que irão aumentar o quadro de funcionários. A maioria (84,8%) não contratou nem pretende contratar mão de obra extra.
 
Dentre aqueles que planejam novas admissões, a maior parte (45,6%) não tem planos de efetivação após o término do contrato. Quase um terço (32,7%) projeta efetivar de um a cinco funcionários, ao passo que 20,3% estão indecisos ou não quiseram responder. A maior parte dessas contratações será com carteira assinada (39,6%) ou por meio de terceirização (24,6%). A informalidade, no entanto, estará presente em 31% das admissões do período.
 
Além disso, um em cada dez (11,7%) comerciantes afirma ter demitido algum funcionário nos últimos três meses, sendo que mais da metade (52,3%) tomou a decisão pela necessidade de reduzir a folha de pagamentos, ainda que precisasse do funcionário.
 
Vendas menores
 

Sobre a expectativa em relação ao volume de vendas no período, quatro em cada dez (37,3%) varejistas acreditam que ele será igual ao de 2015. Os que acreditam em vendas mais fracas representam 28% dos empresários consultados, ao passo que os otimistas somam 23,6%. Na comparação com 2015, houve um crescimento de comerciantes que acreditam em vendas equivalentes as do ano passado.
 
De acordo com o estudo, a previsão média dos comerciantes entrevistados é de que o faturamento seja 1,8% inferior ao de 2015 no período natalino. Dentre aqueles que acreditam em vendas piores, as principais razões citadas são o desemprego (22,4%) e o orçamento mais apertado das famílias (16,9%).
 
Para a economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, a baixa intenção de investimentos para atender à demanda do Natal - a data mais importante em volume de vendas para o varejo - é um reflexo direto do desânimo e da baixa confiança provocada pelos resultados ruins da economia brasileira nos últimos anos.
 
"Com a economia ainda fragilizada pela inflação alta, pela diminuição dos postos de trabalho e pela queda no poder de compra das famílias, o comércio varejista não espera uma reação muito positiva nas vendas deste Natal. Os consumidores tenderão a frear gastos, possivelmente comprando presentes mais baratos, e presenteando menos pessoas", disse por meio de nota.
 
Outro aspecto revelado pela pesquisa são os motivos que levam os comerciantes a não investir no período, que esbarram principalmente na instabilidade econômica. Para os 65,4% que afirmaram que não devem investir, as principais razões são a baixa perspectiva de aumento da demanda de clientes (46,9%) e o desânimo com o histórico de vendas ao longo de 2016 (13,1%).
 
Os que pretendem realizar algum aporte para o Natal, por sua vez, dizem que esse investimento deve ser feito na ampliação do estoque (52,5%), no aumento da variedade de produtos (41,5%), e na divulgação da empresa (26,7%).
 
Outro ponto levantado pelo estudo diz respeito ao resultado das companhias nos últimos três meses. Sobre isso, um terço dos entrevistados (34,3%), disse que teve o faturamento abaixo do esperado. Pouco mais da metade (52,7%) faturou dentro do previa, enquanto apenas 8% tiveram resultado acima do planejado.
 
Fonte: DCI


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