O burburinho em meio aos 25 mil itens disponíveis na filial do Centro da loja Glow, em Porto Alegre, confirma que a comemoração do Halloween já integra oficialmente o calendário de vendas do varejo. Deste volume de produtos, pelo menos 10 mil são voltados especificamente para a data. Quase tudo que se pensar para o look da brincadeira está ali. No entanto, as vendas do período estão tímidas, pelo menos no que se refere ao tíquete médio dos produtos. "Comparando com outros anos, está fraco", admite o gerente da loja, André Janicsek. Ainda assim, a procura da última semana foi significativa, emenda.
Na Glow, a saída mais considerável foi de maquiagem, capas, fantasias e acessórios, a exemplo de cílios postiços e lentes de contato coloridas. "Temos opções de preços para todos os bolsos, com acessórios a partir de R$ 15,00", explica Janicsek. "O pessoal está apostando em peças mais baratas, como chapéu de bruxa, nariz postiço e capas", comenta a gerente da loja Linna Festas, Quelen Pinheiro. A empresa, que é uma das mais antigas do gênero, foi uma das que apostaram as fichas na data, decorando a loja de forma temática, para inspirar os consumidores. No fim da semana, a expectativa era de que as vendas aumentassem em 20%, em relação ao ano passado.
Mas a estimativa no restante do comércio de fantasias não ultrapassa os 10% de crescimento, comenta o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, apesar de admitir que a demanda por produtos relacionados ao Dia das Bruxas brasileiro tem crescido a cada ano. "O Halloween virou tradição nas escolas infantis, e isso tem impulsionado o segmento", observa. O dirigente pondera que, ainda assim, a data não está entre as mais importantes para o varejo. "No caso das lojas de fantasias, por exemplo, o Carnaval ainda é o carro-chefe", destaca.
"Ao contrário do que parece, o Halloween é o nosso Natal", contrapõe a proprietária da VS Fantasias, Vanessa Jardim. Ela argumenta que, desde 2011, a procura por produtos relacionados à data vem crescendo consideravelmente. "Além das escolas, os clubes têm promovido muitas festas do gênero - para adultos, inclusive." Mãe de dois garotos - de seis e um ano -, a pedagoga Aline Russo decidiu pesquisar bastante antes de comprar. "Estou achando tudo um pouco caro", opina a consumidora, que, durante a semana passada, percorreu o comércio em busca de uma fantasia de zumbi para o filho mais velho. "Para o menor, acho que vou comprar só maquiagem e uma daquelas tiaras que imitam faca atravessando a cabeça."
A brincadeira de bater na porta dos vizinhos com um caldeirão de abóbora nas mãos, lançando o desafio dos doces ou travessuras, já tem ocorrido inclusive nos condomínios residenciais. "Está virando tradição e, para o segmento, isso é muito bom", comenta a proprietária da VS Fantasias. Em outubro, ela encomendou 4 mil itens para suprir a demanda da data. "Praticamente todo o estoque", mensura Vanessa, informando que o volume de produtos disponíveis na empresa gira em torno de 5 mil itens.
Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre