Preço do feijão deve estimular produtores no Rio Grande do Sul

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Rendimento das primeiras lavouras gaúchas tem sido muito positivo

 




A tendência nas últimas safras de feijão no Estado é a diminuição da área semeada. No ano passado, o plantio foi de 41,8 mil hectares, enquanto para a safra de 2017 pouco menos de 40 mil hectares receberam sementes. O que anima a cadeia produtiva são os preços praticados até o momento. Enquanto em 2016 os valores praticados nesta época ficaram em torno de R$ 160,00 o saco de 60 quilos, neste ano, na segunda semana de janeiro, os preços já bateram os R$ 217,26. O gerente técnico da Emater-RS e engenheiro agrônomo Dulphe Machado Neto acredita que os valores praticados na arrancada da colheita podem estimular outros produtores para a safrinha.


Mesmo assim, o agrônomo ressalta que os valores do feijão não costumam ser constantes. "É uma cultura que tem preços muito suscetíveis, tanto para aumentar quanto para diminuir", afirma. O presidente da Associação dos Produtores de Feijão do Rio Grande do Sul (Aprofeijão), Tarcisio Cereta, lembra que existem outros fatores no preço do produto. "Assim que chegarem grãos importados, o que deve demorar mais alguns dias, o preço do feijão brasileiro vai cair", pondera. Ele lembra que o feijão preto, variedade mais cultivada no Estado, não costuma sofrer tanto impacto.


A expectativa para a produtividade deste ano coloca os produtores do Estado em melhor posição na comparação com o ano passado, apontam entidades ligadas ao setor. Cereta avalia que, em sua propriedade, serão colhidos 2,5 mil quilos por hectare. Ao mesmo tempo, Machado confia que, em média, serão colhidos 1,5 mil quilos por hectare plantado."O rendimento das primeiras lavouras é muito bom e apresenta um produto de boa qualidade", avalia o agrônomo Machado. Cereta vai no mesmo caminho e acredita que a produtividade será a melhor observada nos últimos 15 anos. Até o momento, 60% da safra foi colhida. As chuvas intensas dos últimos dias, por outro lado, devem prejudicar a qualidade do grão.


Sobre as lavouras que se encontram em fase de floração, Cereta avalia que as chuvas intensas devem estimular a produtividade. "No momento, continuam os tratos culturais das lavouras de feijão tardio", explica o presidente, ao relatar que alguns produtores já deram início aos plantios da safrinha. Mesmo com a tendência de qualidade superior do produto, a expectativa é de que a safrinha derrube os preços da cultura, já que haverá mais grãos disponíveis no mercado.


O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, espera que hajam iniciativas, por parte do governo e dos empresários, para que não aconteça com a cadeia produtiva do grão o que se deu com outros produtos neste ano, como o trigo e o leite, com a chegada de produtos importados. "Senão vai acontecer o desestímulo nos agricultores, e o feijão é um dos grãos mais consumidos pelos brasileiros", avalia Silva.A moeda norte-americana estando cotada em alta em relação ao real pode dificultar a importação de outros países produtores, como a China e a Argentina, o que costuma diminuir o valor do produto brasileiro.

 


Carolina Hickmann


Fonte: Diário do Comércio - Porto Alegre

 

 


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