A queda de faturamento das atacadistas e distribuidoras se agravou na segunda metade de 2016. Não era o que o setor esperava quando o resultado de agosto pareceu sinalizar uma retomada. Em novembro, mês em que as vendas costumam crescer devido às festas de fim de ano, a retração real foi de 2,74% em relação ao mesmo período de 2015, segundo a Abad, que reúne empresas.
No acumulado de 2016 até novembro, a receita caiu 2,47%, considerada a inflação. Os dados de dezembro devem ajudar, mas não o suficiente para chegar à meta de uma alta real de 1%. "Em setembro, o comércio continuou estocado. A expectativa agora é que o resultado nominal seja ao menos igual à inflação", diz Emerson Destro, novo presidente da associação.
Sem ameaça
O Grupo Destro vai investir R$ 30 milhões neste ano para abrir duas unidades voltadas ao atacarejo, diz o diretor Emerson Destro. A primeira, prevista para este semestre, será em Campinas e a segunda, no Paraná. Hoje, a empresa tem cinco centros de atacado e apenas um voltado também ao consumidor final, em Curitiba."A grande vantagem do atacarejo é o custo operacional reduzido e os preços, mais competitivos." O segmento não ameaça o atacado, afirma o executivo, que acaba de assumir como presidente da Abad."Alguns associados acreditavam que seria uma competição aos pequenos lojistas, a quem fornecemos, mas quem perde mais são os supermercados."
R$ 1,8 bilhão
faturou o grupo em 2016
Pode se servir
As vendas do atacarejo —que, além de lojistas vende ao cliente final— cresceram 13%, em volume, em 2016, afirma Ricardo Roldão, presidente da Abaas, que representa o segmento. A receita nominal aumentou cerca de 20% no ano passado, diz o executivo, proprietário da rede Roldão, que teve resultado semelhante ao do setor."Com o aperto monetário em 2016, muitos pequenos comerciantes migraram para os atacados de autosserviço [conhecidos como atacarejos]." A entidade, criada há dois anos por associadas da Abad que queriam defender interesses específicos do segmento, reúne nove empresas, como Assaí, do GPA, e Atacadão, do Carrefour.
R$ 80 bilhões
é o faturamento anual das grandes redes de atacarejo
Fonte: Folha de São Paulo