3,5% das vendas virtuais são tentativas de fraude

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Levantamento do sistema de segurança Konduto mostra que estelionatários preferem operar em finais de semana; especialistas cobram atenção de lojistas on-line, sobretudo entre os pequenos

 


 
São Paulo - Um em cada 28 pedidos processados pelo e-commerce brasileiro (ou 3,58% do total) é realizado por criminosos, segundo dados do sistema autifraude Konduto. Finais de semana e o chamado horário nobre (das 18h até às 21h59) são os períodos que mais registram incidentes do gênero.


As conclusões foram levantadas a partir da análise de 30 milhões de transações processadas pela Konduto - que presta serviço para cerca de 140 clientes - ao longo de 2016. "O fato de haver uma tentativa não quer dizer que ela foi efetivada", explica o cofundador da empresa, Tom Canabarro. De acordo com ele, a 'taxa de sucesso' dos golpistas varia entre 0,3% e 0,9% dos pedidos processados. Quando ultrapassa o 1%, este percentual pode gerar problemas para o lojista - como receber multas da adquirente de cartão, por exemplo.


De acordo com os especialistas ouvidos pelo DCI, observar os padrões de transação e navegação dos clientes pode dificultar a atuação dos contraventores. "Os lojistas grandes estão calejados, mas muitos dos novos precisam conter sua ansiedade", afirma Canabarro. "Ainda há uma certa ingenuidade por parte do lojista", corrobora a diretora de operações do serviço de pagamentos Pagar.me, Alessandra Giner. "Muitos deles não acreditam nos mecanismos [de defesa] e não aceitam quando a maior venda da semana é bloqueada, mesmo que ela tenha um tíquete médio muito maior que o normal. Ele quer faturar de qualquer jeito, mas a possibilidade de ser uma compra fraudulenta em situações como essa é imensa", cita ela.

 

 
Preferências
De acordo com a Konduto, cerca de 31,9% das tentativas de fraude realizadas no Brasil ocorrem nos sábados (16,6) e domingo (15,3%). "É um período que, dependendo da empresa, tem menos gente trabalhando, ou até mesmo ninguém", pontua Canabarro. Entre as faixas de horário, o período das 18h às 21h59 se destaca (31,6% das tentativas ocorrem no intervalo) e deixa para trás a impressão que criminosos prefiram a madrugada - apenas 7% das operações visando fraude ocorrem entre 1h da manhã e 6h59.


Do total analisado pela pesquisa, 80,1% das tentativas ocorreram a partir de desktops e apenas 19,9% em compras via celular. O percentual proporcionalmente baixo, contudo, não diminui a necessidade de atenção sobre as transações móveis. "Como as pessoas estão comprando mais [via celular] as fraudes também aumentaram. No momento os fraudadores estão identificando novas vulnerabilidades ", explica Alessandra Giner, da Pagar.me. De acordo com ela, muitos projetos de m-commerce como aplicativos ainda são encarados como projetos de inovação e não levam algumas precauções em conta.


A especialista, contudo, faz um alerta: nem todo chargeback (termo que designa a reversão de uma venda) é fruto de tentativas de fraude. "Todas elas viram chargeback, mas o não reconhecimento do nome na fatura, desacordos comerciais e até 'fraudes amigáveis' [quando não existe má-fé, mas a compra não é realizada pelo titular do cartão] podem aumentar essa taxa".


Henrique Julião


Fonte: DCI - São Paulo

 


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